Melhor Seguro do que Arrependido
Risk Doctor Briefing
© Fevereiro 2009, Dr David Hillson PMP FAPM – [email protected]
Sempre que enfrentamos um risco, um dos maiores desafios é decidir o que fazer sobre ele, se for possível. Existe um ditado popular em Inglês que diz “É melhor seguro do que arrependido.” Este provérbio afeta uma grande variedade de áreas, incluindo política governamental, legislação de saúde e segurança, padrões ambientais, frameworks reguladores de negócio, práticas de proteção infantil e até mesmo orientações de parentesco.
Este contexto é melhor conhecido como o princípio da precaução. O princípio da precaução declara que em qualquer situação onde houver uma ameaça de dano severo ou irreversível, e se não há prova positiva do resultado do dano, devemos tomar uma ação proativa.
As decisões são então tomadas para proteger o público e o ambiente de severo dano que possa ocorrer. Exemplos incluem reações aos supostos mas improváveis “perigos” de comida geneticamente modificada, telefones móveis ou nanotecnologia. Existem muitos casos de regras e regulamentos desnecessários sendo introduzidos para proteger as pessoas de uma grande variedade dos “perigos do dia-a-dia”.
O problema com o princípio da precaução é a condução para uma abordagem super protetora, desperdiçando muito tempo e esforços em coisas que poderiam nem sempre ser um problema. Isto surge devido o foco em uma das duas dimensões do risco e ignorando a outra. O princípio da precaução concentra no impacto (o que acontece se o risco ocorrer) mas tende a ignorar a probabilidade (qual a possibilidade do risco acontecer). Isto é parcial porque o impacto de um risco é mais fácil estimar ou descrever, enquanto que a probabilidade é um conceito difícil, especialmente onde não temos experiência prévia ou riscos similares. Também damos um desconto para probabilidade porque as pessoas geralmente têm medo de estatísticas.
Como o princípio da precaução se relaciona com as palavras projetos e negócios? Encontramos constantemente riscos em todos os nossos projetos e empresas, e muitos destes riscos são novos sem históricos prévios ou registros de comportamentos para orientar-nos como respondêlos. Como na vida pública, equipes de gestão atuam com cautela, preferindo a segurança “só para garantir” conduzindo para uma desnecessária reação exagerada aos riscos e desperdício de tempo precioso e recursos que poderiam ser melhor utilizados em outro lugar. Então quando nada acontecer e os riscos que nos preocupavam nunca se materializarem, as pessoas dirão que a gestão de risco é somente um tanto de barulho sobre nada.
No Reino Unido o valor do princípio da precaução está sendo contestado. Uma recente pesquisa do governo também recomendou que ele deveria ser abandonado porque exerce uma influência inútil sobre a opinião pública, embora a lei européia exige que os governos o levem em consideração na formação política. Em nossos projetos também devemos perguntar se “melhor seguro do que arrependido” é a melhor abordagem. Simples passos podem nos ajudar a ir contra a tendência de ser super protetor. Por exemplo, devemos garantir que nosso processo de risco incluirá avaliações realistas das probabilidades do risco, bem como uma estimativa do seu possível efeito. Precisamos também reconhecer que o nível do pior caso do impacto quase nunca acontece, e talvez seria melhor desenvolver respostas que vão de encontro aos impactos mais prováveis. Devemos lembrar que alguns riscos são bons para nós, e oportunidades positivas devem ser identificadas e perseguidas.
Precisamos acostumar com a idéia de “eficiência do risco”, equilibrando risco e recompensa, e aceitar que é apropriado e necessário assumir alguns riscos. E finalmente devemos melhorar nossa comunicação de riscos, sendo claro sobre exatamente que ricos vamos enfrentar, qual a probabilidade deles acontecerem, quais níveis de impacto poderiam realisticamente resultar e quais respostas são apropriadas. “Melhor seguro do que arrependido” soa como uma boa atitude para adotar, na vida bem como em nossos projetos e negócios. Mas é possível ser tão seguro, sendo super protetor e cauteloso, prevenindo-nos de correr ricos que estão associados com o progresso, inovação e sucesso. Vamos banir o princípio da precaução de nossos projetos e usar os processos de riscos para garantir que permaneceremos o mais seguro possível e não teremos razões para nos arrepender.
Traduzido por Marconi.
Autor
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• Certificado PMP (Project Management Professional) desde 2003. • Certificado MVP (Most Valuable Professional) em Project da Microsoft desde Janeiro 2009. • Autor do livro “Gerenciamento de Projetos de Tecnologia da Informação”, 2ª Ed., outubro de 2006 – Editora Campus/Elsevier – Prefácios de Ricardo Viana Vargas e Danúbio Beker Borba. • Atua como consultor na equipe de planejamento de projetos de grande porte, apoiando as áreas de Engenharia Civil, Tubulação, Instrumentação, Elétrica, Mecânica e Processo, envolvendo Projeto Conceitual, Projeto Básico, FEED, Processo de Licitação e Aquisição, Construção e Montagem, Condicionamento, Pré-operação e Partida de unidades de processo na área petroquímica.
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