Administração Científica X Revolução Científica
O Que Foi a Revolução Científica? Qual a Relação Entre a Revolução e os Métodos Científicos Utilizados Por Taylor?
Inúmeros autores vêm divulgando que Administração Científica foi um modelo de administração – criado no fim do século 18 – que se baseava na aplicação de métodos científicos, com a principal intenção de garantir o melhor custo / benefício aos sistemas produtivos da época.
Porém, o que poucos escritores mencionam é que os métodos utilizados por Taylor – e demais colaboradores da Gestão Científica – eram oriundos da Revolução Científica pela qual o mundo passou, um século antes desses acontecimentos.
Mas, para compreendermos bem o que foi esse movimento é necessário saber que, Revolução é uma profunda mudança na estrutura social de uma sociedade. Trata-se de uma transformação que atinge todos os níveis da realidade social. Ou seja, o nível econômico, o político, o social e até o nível ideológico.
A Revolução Científica – ocorrida no século 17 – representou significativas mudanças na estrutura do pensamento reinante da época, as quais repercutiram principalmente no plano científico. Mas, o que fez o método se tornar científico?
Um método científico deve apresentar um círculo racional lógico. Adotar um método significa adotar uma determinada maneira de tratar o objeto de estudo.
Esse tratamento deve obedecer a certa seqüência de procedimentos e, diante disso, podemos constatar as fases da observação, análise, formulação de hipóteses, da experimentação e das conclusões.
Sendo assim, foi no século 17 que assistimos – de fato – a explicações racionais sobre o Universo, submetido a leis físicas e naturais e não aos princípios metafísicos e divinos.
Essa ruptura com a ciência subordinada ao princípio da autoridade papal e a noções aristotélicas de imobilidade do planeta, muito se deveu a Francis Bacon, René Descartes e Isaac Newton.
O primeiro defendeu o valor das experiências de laboratório e do método indutivo, em que o conhecimento é adquirido a partir da observação para se atingir a verdade universal.
O segundo adotou um método isento da opinião tradicional, o qual consistia em começar com axiomas simples (como os da Geometria, por exemplo) e depois raciocinar baseado neles até chegar a conclusões particulares.
O terceiro partiu de estudos de Galileu e Kepler, tentando demonstrar matematicamente que as leis físicas aplicáveis na Terra também se aplicavam a todo Universo.
Dessa forma, baseada na experimentação e na dedução matemática nos séculos 17 e 18, a ciência fez descobertas impressionantes – principalmente na física, na matemática, astronomia, química a na biologia.
Essas descobertas romperam com as concepções de Aristóteles defendidas pela Igreja. Ou seja, o cosmo hermético e hierarquizado foi substituído pelo Universo, aberto e infinito, mas ligado pela unidade de suas leis.
Portanto, os métodos utilizados por Taylor e seus contemporâneos – no início do século 19 – são resultado da profunda mudança do pensamento científico nos dois séculos anteriores, onde a concepção de um mundo imóvel foi suplantada pela concepção de que o Universo estava em constante movimento.
Autor
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Professor, consultor e palestrante. Articulista do Jornal do Commercio (RJ) e co-autor do livro: “Trabalho e Vida Pessoal – 50 Contos Selecionados” (Ed. Qualytimark, Rio de Janeiro, 2001). Treinou – por mais de 20 anos – equipes de Atendentes, Supervisores e Gerentes de Vendas, Marketing e Administração em várias empresas multinacionais de bens de consumo e de serviços. Elaborou o curso de “Gestão Empresarial” e atualmente ministra aulas de Administração, Marketing, Técnicas de Atendimento ao Cliente, Secretariado e Recursos Humanos.
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