Eficiência e Eficácia Nas Empresas e No Futebol
Qual a Diferença Entre Eficiência e Eficácia Empresarial? O Que o Futebol Tem a Ver Com Esse Assunto?
Na tentativa de explicar aos meus alunos do curso de Gestão Empresarial as diferenças entre eficiência e eficácia muitas vezes recorro à metáfora do médico tipo “mauricinho”, o qual bem vestido e apresentável tentou justificar a morte de um paciente aos seus parentes.
Ele alegou que a operação transcorrera na mais absoluta tranquilidade e os equipamentos funcionaram perfeitamente, mas, infelizmente, o paciente não resistiu. Trata-se de um médico eficiente; ou seja, fez tudo certinho, embora não tenha alcançado o resultado (recuperação do paciente).
Nesse momento, outro médico acaba de sair do centro cirúrgico com o guarda-pó completamente manchado de sangue, com o estetoscópio pendurado apenas de um lado, todo suado e totalmente descabelado.
Ao observar sua aparência, os familiares do paciente que estava sendo operado por ele se desesperaram. Porém, o médico desalinhado informou-os que o paciente se recuperava e estava em perfeitas condições. Trata-se de um médico eficaz; ou seja, faz a coisa certa e obteve o resultado.
Seria ótimo para as organizações que seus funcionários fossem eficientes e eficazes ao mesmo tempo, pois assim eles fariam as coisas certinhas e obteriam os resultados esperados pela empresa. Porém, essa não é a realidade empresarial brasileira no momento.
Talvez fosse a hora de mudar minha explicação metafórica, pois na noite de 27 de julho presenciei uma das melhores partidas de futebol dos últimos tempos, onde ambos os times (Santos e Flamengo) demonstraram aos telespectadores a essência do que é ser eficiente e ser eficaz.
A eficiente equipe do Santos já vencia o jogo de três a zero aos vinte minutos do primeiro tempo e, diante disso, alguns flamenguistas já temiam pelo pior. Ocorre que, dois minutos após, a eficácia rubro-negra entrou em ação através do jovem estreante Luis Antonio que presenteou Ronaldinho Gaúcho com um cruzamento tão eficaz que o deixou “debaixo do gol”.
Aos trinta minutos, novamente pela direita o ataque do Flamengo foi extremamente eficaz, quando Léo Moura cruzou para Thiago Neves que diminuiu para 3 a 2. No final do primeiro tempo, Ronaldinho cobrou escanteio e o pouco eficiente Deivid empatou de cabeça. Até aquele momento, o Flamengo deu três ataques e fez três gols; ou seja, um show de eficácia. Enquanto isso, o Santos dava seu show de eficiência com Neymar, fazendo tudo certinho contra a ineficiente defesa rubro-negra.
Começou o segundo tempo e o Santos continuava bem “treinadinho”. E novamente o eficiente Neymar deixou a defesa do Flamengo completamente enlouquecida ao fazer – com eficiência – o 4°gol santista.
Mas Ronaldinho mostrou porque é eficaz e, após sofrer falta em jogada de habilidade, cobrou rasteiro por baixo da barreira e colocou a bola no fundo da rede, empatando o jogo. E aos 36 minutos, mais um do craque eficaz, em chute cruzado depois da assistência de Thiago Neves, fechando o placar de um jogo épico que deve fazer história no futebol mundial.
Seria ótimo para as equipes que seus atletas fossem eficientes e eficazes ao mesmo tempo, pois assim teríamos jogos bem jogados e eletrizantes como esse. Mas, assim como as empresas brasileiras essa não é a realidade atual.
Autor
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Professor, consultor e palestrante. Articulista do Jornal do Commercio (RJ) e co-autor do livro: “Trabalho e Vida Pessoal – 50 Contos Selecionados” (Ed. Qualytimark, Rio de Janeiro, 2001). Treinou – por mais de 20 anos – equipes de Atendentes, Supervisores e Gerentes de Vendas, Marketing e Administração em várias empresas multinacionais de bens de consumo e de serviços. Elaborou o curso de “Gestão Empresarial” e atualmente ministra aulas de Administração, Marketing, Técnicas de Atendimento ao Cliente, Secretariado e Recursos Humanos.
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