Administração Científica – Um Breve Histórico
Como e Quando Surgiram as Primeiras Empresas? Quais Eram os Seus Principais Problemas? Quem Foi o Primeiro Estudioso da Administração?
É relativamente recente o interesse das pessoas pelo estudo da Administração de Empresas, pois ela só se tornou uma ciência em 1950 quando começou a ser ensinada na Universidade de Harvard (EUA). Entretanto, para que a Administração se tornasse uma ciência, foi preciso uma teoria que a sustentasse e por isso buscou-se na história nos negócios alguns exemplos de procedimentos de sucesso que foram utilizados por trabalhadores e estudiosos da época.
O Surgimento das Primeiras Empresas.
Até ocorrer a Revolução Industrial – em 1776 – não existiam empresas formais no mundo, existindo somente pequenos produtores domiciliares que fabricavam tecidos e utensílios domésticos, a fim de suprirem suas próprias necessidades e as de seus familiares. Nessa época, grande parte das famílias da Inglaterra possuía um equipamento usado para produzir tecido manualmente – TEAR – e, quando os motores movidos a vapor foram acoplados aos TEARES, surgiu o primeiro tipo de empresa – a indústria têxtil.
O Problema da Produção.
Por volta de 1850 as indústrias da Europa experimentavam um período de grande prosperidade econômica, pois toda sua produção era comercializada com enorme facilidade. Por outro lado, os consumidores reclamavam das indústrias um aumento no volume da produção a fim de melhor atenderem suas necessidades e, dessa forma, as indústrias eram pressionadas pelo mercado a produzirem cada vez mais. A pressão era tanta que os empresários contratavam capatazes, os quais possuíam apenas uma missão: “aumentar a produção” – mesmo que para isso eles tivessem de usar a força bruta.
Primeiro Personagem da História da Administração
(Frederick Winston Taylor)
Taylor iniciou o seu estudo observando o trabalho dos operários. Sua teoria seguiu um caminho “de baixo para cima” e “das partes para o todo”, dando ênfase às tarefas a serem realizadas. Para ele, a administração de algum negócio tinha que ser tratada como ciência e, por isso mesmo, ele criou a “Organização Racional do Trabalho”, a qual pregava:
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Estudo dos tempos e movimentos: objetivava a isenção de movimentos inúteis, para que o operário executasse – de forma mais simples e rápida – a sua função, estabelecendo um tempo médio.
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Estudo da fadiga humana: o cansaço predispõe o trabalhador a diminuir sua produtividade e perda de qualidade, acidentes, doenças e aumento da rotatividade de mão-de-obra.
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Divisão do trabalho e especialização do operário.
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Desenho de cargos e tarefas: desenhar cargos é especificar o conteúdo de tarefas de uma função, como executá-las e as relações com os demais cargos existentes.
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Padronização: aplicação de métodos científicos para obter a uniformidade nas tarefas e reduzir os custos.
O Movimento da Administração Científica
Taylor estudou os problemas das operações industriais com profundidade e muitos desses problemas ainda persistem em muitas empresas até hoje, como por exemplo:
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A administração das empresas não tinha noção muito clara da divisão de suas responsabilidades com o trabalhador.
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Não havia incentivos para melhorar o desempenho do trabalhador.
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Muitos trabalhadores não cumpriam suas responsabilidades.
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As decisões dos administradores se baseavam na intuição e no palpite.
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Os trabalhadores eram colocados em tarefas para as quais não tinham aptidão.
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Havia conflitos entre capatazes e operários a respeito da quantidade da produção.
Taylor procurou resolver esses e outros problemas que eram comuns nas empresas e, através de suas observações e experiências, desenvolveu seu sistema de administração de tarefas que mais tarde,ficou sendo conhecido como “Administração Científica”.
De acordo com Taylor, a Administração Científica era um sistema que economizava trabalho, produzindo mais em menos tempo. Ele também tratou de outros aspectos importantes para as indústrias, como a padronização das ferramentas e dos equipamentos e o estudo dos movimentos. Tudo isso para economizar tempo, obtendo assim o aumento da produção e dos lucros na empresa.
A Expansão do Movimento pelo Mundo
A Administração Científica rapidamente ganhou popularidade nos Estados Unidos e depois em todo o mundo, expandindo-se rapidamente pelas décadas seguintes
Em vários países as idéias de Taylor despertaram grande interesse e motivaram a criação de organizações para estudá-las e divulgá-las, embora ele também tenha reunido um número enorme de “inimigos”.
Na antiga União Soviética, Lênin esteve entre os grandes advogados do taylorismo, o qual considerava uma das maiores realizações científicas no campo da análise dos movimentos mecânicos no trabalho, da eliminação dos movimentos supérfluos e desajeitados e do planejamento dos métodos corretos de trabalho.
Sendo assim, á despeito daqueles que discordavam da Administração Científica, percebe-se que esse método de produção foi eficaz e e o melhor exemplo disso foi o próprio Lênin, pois para ele o taylorismo deveria a qualquer custo ser adotado na URSS como forma de aumentar a produtividade do trabalhador soviético.
Autor
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Professor, consultor e palestrante. Articulista do Jornal do Commercio (RJ) e co-autor do livro: “Trabalho e Vida Pessoal – 50 Contos Selecionados” (Ed. Qualytimark, Rio de Janeiro, 2001). Treinou – por mais de 20 anos – equipes de Atendentes, Supervisores e Gerentes de Vendas, Marketing e Administração em várias empresas multinacionais de bens de consumo e de serviços. Elaborou o curso de “Gestão Empresarial” e atualmente ministra aulas de Administração, Marketing, Técnicas de Atendimento ao Cliente, Secretariado e Recursos Humanos.
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