O homem sob a luz e sombras do empreendedorismo
O homem sob a luz e sombras do empreendedorismo
O atendimento às suas próprias necessidades fez com que o homem desenvolvesse meios de troca.
Ao observar vantagens no escambo, do que lhe excedia por aquilo que precisava, empenhou-se na produção de uma quantidade maior ainda, aumentado sua capacidade de troca.
Entendendo que era possível expandir os negócios empreendeu viagens.
Essa é a lógica que o mantém ativo.
A complexidade do controle das operações fez com que desenvolvesse métodos de avaliação, as quais utiliza e descarta com enorme frequência.
Nenhum gestor ou estudioso da área de administração seria capaz de inventariar a variedade de métodos que foram criados sem dificuldades.
Pouco provável que um empreendedor possa dizer quais foram implantados em sua empresa e rapidamente esquecidos.
As organizações, de modo geral, demonstram enorme fragilidade no quesito controle.
Nós, brasileiros, que vivemos nefastos períodos inflacionários, sonhávamos com a queda significativa da inflação para que nossos controles de custos pudessem ser aprimorados. O fato é que hoje vivemos com índices substancialmente menores e os debates sobre os métodos, sistemas e controles dos custos evaporaram.
O comprometimento com o uso e melhoria desse item nos sistemas de gestão integrados, ERP (Enterprise Resource Planning), caiu de modo geral, e o uso de planilhas eletrônicas têm sido a tônica.
É interessante que o anúncio de oportunidades de contratação não solicita candidatos com “profundos conhecimentos de gestão e domínio de planilhas eletrônicas”, mas pessoas com conhecimentos na área e profundos conhecimentos das planilhas.
Estamos substituindo o planejamento pelo planilhamento.
A análise tem sido negligenciada por conta da complexidade no desenvolvimento da tarefa.
A beleza do processo, para quem está envolvido, não é atender as necessidades com valores numéricos significativos, mas agilizar a obtenção de dados.
Onde está o lado empreendedor nesse caso?
No desenvolvimento de soluções complexas, exercitando a inteligência, superando as dificuldades de processamento.
Onde está a fragilidade?
O gestor que recebe os relatórios quando questiona discrepâncias tem como resposta que esses são os resultados das fórmulas, como se estas fossem a panacéia.
A brutal dificuldade para se obter relatórios no passado foi substituída pela facilidade de geração de dados instantâneos.
Isso pos fim ao conceito e função do analista.
Hoje podemos ser operadores, analistas e decisores.
O que observo é que operamos apressadamente, pouco analisamos e decidimos com grande fragilidade.
Dados não são informações.
Em gestão, a luz do empreendedorismo muitas vezes encontra-se apagada.
A secretaria que controla o caixa, sem conhecimento de operações bancárias, toma onerosas decisões de empréstimos.
O iniciante que tem sob seus ombros a responsabilidade do PCP deixa máquinas paradas porque não tem conhecimento da complexidade das operações e poder de decisão para comprar uma simples peça que custa alguns poucos reais.
Analisando a cobertura de mercado nos deparamos com a seguinte situação:
Maria, responsável pelo acompanhamento da carteira de clientes, informou ao seu gerente que João, naquele mês, também não faria reposição.
O gerente, chateado, apenas murmurou: – De novo!
Pedimos o telefone para fazer contato com João. Nossas chances de obter algo novo eram maiores do que se alguém da empresa fizesse o contato.
Não havia mistério a ser descoberto. João estava aborrecido com o baixo giro dos produtos que havia comprado e ainda estava com algumas peças com defeito, cuja troca prometida não ocorrera.
Depois de algumas ligações do gerente para sua equipe de administração de vendas e para o representante comercial, chegamos à conclusão que todos sabiam do problema. A informalidade prevalecera e o fato não fora registrado.
A informação se foi e com ela o cliente.
A luz do empreendedorismo o conquistara, sua sombra o perdera.
Ivan Postigo
Diretor de Gestão EmpresarialAutor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendasFree e-book: Prospecção de clientes e de oportunidades de negócios
www.postigoconsultoria.com.br
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Autor
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Economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas.
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