Selic não caiu, mundo a mil, Brasil não viu
A questão da taxa de juros no Brasil já extrapolou os recursos da medicina moderna.
Você está estranhando essa afirmação?
Ora, quando cursava economia ouvia falar que era uma questão de miopia, mas isso poderia ser facilmente resolvido por um especialista.
Especulávamos se não poderia ser hipermetropia, astigmatismo e porque não catarata?
Quantos profissionais e governantes não trataram dessa questão nos últimos anos e o discurso continua: “Temos que conter o consumo, não podemos perder o controle da inflação”.
Na verdade não podemos perder o controle da paciência!
Quem ouve o discurso do lado de fora deve imaginar que o brasileiro é o povo com a maior longevidade, afinal deve viver séculos.
Paciência, esperança, crédito, tudo para que um dia possa viver melhor.
Há um pequeno detalhe que não nos demos conta ainda em relação ao velho provérbio “A esperança é a última que morre”, nós morremos antes.
Não construímos, não vivemos, sobrevivemos, morremos. Lógica, a simples sequencia dos fatos!
Não faltam discursos sobre a juventude alienada, mas nós a queremos comprometida com o quê?
Queremos nossos jovens bacharelados, com seus currículuns nas mãos, em busca de oportunidade? Maravilha!
O jovem cursando a faculdade vai ao mercado e encontra o seguinte anúncio:
Procura-se jovem com experiência para estágio. Cursando faculdade Y, domínio de informática, bons conhecimentos de inglês ( damos preferência aos que tenham inglês fluente), e vivência de dois anos na área.
Eu ia usar a expressão “Uau”, mas daqui em diante vou trocá-la por “Selic”, afinal nada expressa mais espanto que seu tratamento.
Selic! Isso não é justo com os outros povos, os brasileiros, além de viverem mais, nascem prontos!
Selic! Qual a vantagem de viver mais e nascer pronto numa terra que não oferece oportunidades?
Selic! Sobra mais tempo para “curtir “a vida.
Selic! Fazendo o que, fumando um baseado ou crack para ocupar o tempo?
Não, isso não é vida, isso é morte.
Ah, mas isso é para os acomodados!
É verdade, o mercado está repleto de profissionais que com mais de 30 anos, universitários, pós-graduados, com domínio de informática, excelentes conhecimentos de inglês, que lutam para manter seus salários de no máximo “dois mil e quinhentos reais” e para ter algum conforto precisam parcelar tudo que compram, financiado a juros altos. Selic!
Sabe qual é o maior milagre brasileiro?
Essas pessoas, e as ganham menos ainda, pagam suas prestações e não rolam as dívidas.
Esse sim é o maior milagre brasileiro!
Você acha que poderia ser melhor, mas ao ler sobre esse valor de salário seus olhos brilharam? Você gostaria de conseguir algo assim?
Ora, basta arcar com quatro ou cinco anos de faculdade, estudar inglês durante alguns anos, comprar um computador, estudar, muito, os novos softwares.
Selic! Ia me esquecendo. Tem que pagar antes, afinal só depois você poderá chegar lá.
Não adianta dizer Selic, reclamando, é assim que funciona.
Isso não dá visibilidade, não aquece os debates, voltemos à medicina, a área que me ajudava a entender a economia.
Sofri uma lesão correndo na rua esburacada.
Academia? Selic! Como, também preciso pagar as minhas prestações.
Bom, fui a um ortopedista. Enquanto eu o ouvia entendi a questão da Selic.
Todos os diagnósticos e profissionais consultados sobre nossa política de juros estiveram errados o tempo todo.
A Selic precisa da visão de um ortopedista, afinal é a maior “mancada” da história!
Selic! Por que demorei tanto a perceber?
O que? Você quer saber o que é aquilo lá adiante?
Ora, é o mundo se afastando…
Selic, e como vai rápido!
Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
Autor do e-book: Prospecção de clientes e oportunidades de negócios
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Economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas.
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