Mulher, deusa guerreira
A história dos povos mostra que as sociedades matriarcais são mais pacíficas do que as patriarcais, onde a cultura belicosa – apropriação de territórios e o subjugo dos derrotados – se faz presente.
No sudoeste da China, na fronteira entre as províncias de Yunnan e Sichuan, existe um belo lago de água doce, o lago Lugu, onde se encontra uma das mais antigas sociedades matriarcais ainda remanescentes.
Um fato notável para registro: “Além do comando feminino, o povoado desta região destaca-se pela ausência de criminalidade.”
Mostram os fatos que as Culturas Matriarcais, por serem pacificas, também foram dominadas com mais facilidade pela força bruta.
Quando pensamos em mulheres guerreiras nos vem à mente a lenda das Amazonas.
As amazonas eram mulheres guerreiras gregas. Ficaram famosas por terem se mostrado grandes guerreiras e líderes sociais, além de serem os primeiros humanos a adestrarem cavalos e cavalgá-los. Por essa razão o termo “amazonas” denomina mulheres que cavalgam.
Há uma mulher, pouco conhecida, cuja história merece ser contada: Boudica.
Boudicca era conhecida pelos romanos como Boadicea.
Pouco se conhece da sua origem, calcula-se que nasceu por volta do ano 30 a.C. Quem sabe tenha se chamado Boudiga, uma referência à deusa Celta da Vitória.
Casada com o rei Prasutagus, era rainha dos Icenos, uma tribo dos Celtas. Tinha duas filhas.
Com a morte do marido, o povo Iceno passou a ser atacado pelos romanos, e ela e as filhas foram barbaramente torturadas por não aceitarem o domínio estrangeiro. Enquanto era castigada em público, desnudada e espancada, as filhas eram estupradas pelos soldados.
Por ordem do Imperador Nero suas terras foram confiscadas e seu povo escravizado.
Essa crueldade alimentou seu ódio e raiva e criou a lendária guerreira que uniu tribos opositoras que viviam em constante luta.
À frente de cem mil integrantes, acompanhada das filhas, aterrorizou o mundo romano.
Estes se sentiam duplamente agredidos ao lutarem com os Celtas comandados por uma mulher, que tinha em seu exército pessoas de ambos os sexos. As guerreiras, destemidas, lançavam-se ao combate com uma coragem impressionante.
A primeira batalha, na atual Colchester, durou alguns dias, e os romanos que escaparam com vida fugiram para a atual Londres.
O governador da Britania, general Gaius Suetonius Paulinus, ao saber do confronto fugiu com a sua Legião e os mais próximos, abandonando os demais à própria sorte.
Três cidades foram totalmente devastadas nessa caminhada: as atuais Colchester, Londres e Alban.
A simples menção do nome da Rainha Ultrajada era suficiente para causar pânico na região.
Boudica foi vencida pelo general romano Gaius Suetonius Paulinus, que reagrupou as tropas, na famosa batalha em Watling Street.
Não se conhece o seu destino e de suas filhas. Diz a lenda que foi feita prisioneira, envenenando-se por não aceitar a condição de escrava, outros relatos falam de sua morte no campo de batalha.
A Rainha Guerreira dos Icenos desapareceu da história por séculos. Seus feitos foram resgatados no século XVI pela Rainha Isabel I, transformando-a em ícone histórico.
Sua estátua está junto ao Big Ben.
Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
www.postigoconsultoria.com.br
Nossas maiores conquistas não estão relacionadas às empresas que ajudamos a superar barreiras e dificuldades, nem às pessoas que ensinamos diretamente, mas sim àquelas que aprendem conosco, sem saber disso, e que ensinamos, sem nos darmos conta.
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Economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas.
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