A Visão Intuitiva nas Empresas como Estratégia de Gestão
De forma explícita ou camuflada, infelizmente temos nos deparado com uma realidade bastante comum nas empresas:
1. Dificuldade generalizada e cada vez maior de sobreviver e ter sucesso por muito tempo. Basta ver as estatísticas de domínio público: das 250 mil microempresas abertas todo ano no Brasil, em média 30% não conseguem comemorar o primeiro aniversário de vida.
2. Insatisfação dos líderes e funcionários, que lentamente vai minando o ambiente de trabalho da empresa;
3. Falta de prazer e motivação que as pessoas têm com o próprio trabalho, que é encarado como um “mal necessário”;
4. Insegurança progressiva quanto ao futuro da empresa e do emprego. Já que as empresas estão enfrentando dificuldades de sobreviver à pressão da competição, e que a concorrência no mercado de trabalho está cada vez mais acirrada, as pessoas freqüentemente vivem o medo de perder o emprego, ou de não saber até quando conseguirão se manter ativos no mercado.
As empresas dos mais diversos portes e setores de atuação têm demonstrado que a maior parte das empresas fracassa – ou se desenvolve muito pouco, chegando à estagnação ou ao declínio por falta de foco, falta de direcionamento, de uma compreensão clara de quais são os princípios que o empresário deve se utilizar para dirigir seus negócios, e são esses mesmos princípios que são utilizados pelos líderes e funcionários para tomar decisões no dia-a-dia da empresa.
E o que é a visão holística? É uma visão totalizadora da empresa, que reúne e trabalha a mente, o corpo e a alma de todos os que vivem diariamente neste ambiente, para promover o sucesso da empresa e de seus integrantes. Sobreviver no mundo dos negócios de hoje exige muito mais do que o conhecimento técnico e administrativo. As empresas são feitas de pessoas e, portanto, de almas que estão em busca da realização de seu propósito, de sua missão nesta vida. E uma administração holística da empresa compreende a age pró-ativamente para possibilitar a evolução mental, espiritual e física das pessoas que nela trabalham, ou seja, é uma forma de proporcionar o máximo desenvolvimento de seus líderes e funcionários.
Mas está claro para nós, que a sobrevivência e o sucesso no mundo empresarial exigem também o conhecimento em estratégia, que nos ajuda a compreender as bases da competição no nosso mundo e a tomar decisões empresariais consistentes, mas deixando que a intuição que sempre está presente em nós seja sempre ouvida.
Intuição vem do latim intueri, e significa ver por dentro, ou ver de dentro ou até contemplar o interior. Para muitos filósofos a intuição é um entendimento imediato de algo sem apoio de uma dedução ou da razão, a partir de uma introvisão, revelada por um insight, um vislumbre, uma voz ou uma vibração corporal.
Nós temos dois tipos de intuições, ou meios de conhecimento. A extuição, que é o conhecimento externo e a intuição, que é uma sabedoria interior que expressa e orienta a si mesmo.
O psicólogo Carl Gustav Jung afirmava que intuição c a capacidade inconsciente de perceber possibilidades. O entendimento da visão global, mesmo estando voltado para a situação local.
Acreditamos que a intuição é como uma Inteligência inata ou cultivada, que tem a competência de correlacionar idéias e sensações, através de processos velozes de dados e fatos, elaborando assim uma resposta sintetizada para corresponder a quaisquer agentes estimuladores de necessidades e/ou oportunidades.
Para muitos, intuição é a sensação de algo que lhe diz para ir nesta ou naquela direção. Muitos se comunicam com a intuição de forma visual. Seus insights são visuais. É muito comum pessoas relatarem:
– Nossa, apareceu-me uma imagem mostrando o caminho certo.
Outros se comunicam de forma auditiva. Estas pessoas freqüentemente escutam sons:
– Não sei não, mas tem algo aqui dentro me dizendo que isto não vai dar certo.
É também muito comum, pessoas sentirem as informações. O corpo vibra. Sentimos frio ou calor em determinada parte do corpo:
– Eu não sei não. Estou com um frio na barriga. Ou:
– Vamos fechar este negócio. Estou sentido meu coração vibrar, vai dar certo!
Todos nós temos os mesmos instrumentos: cérebro, pele, coração, sensores receptivos, ou seja, o corpo. Temos acesso a esta comunicação, em maior ou menor freqüência e intensidade. O fato é que muitos não dão valor a esta informação intuitiva. Alguns utilizam mais esta inteligência e outros, infelizmente, nem sabem que têm uma riqueza à sua disposição.
Existe um grande número de práticas que podemos fazer para se desenvolver intuitivamente. Algumas destas práticas são simples e outras mais complexas.
1 – No seu dia-a-dia, busque fazer associações com os acontecimentos que estão aparecendo à sua frente. Em vez de se perguntar:
– o que isto tem a ver com aquilo?
Procure especular de uma forma diferenciada:
– Como posso relacionar isto com aquilo?
Preste atenção nas palavras, ou imagens, ou sons, ou sentimentos que se repetem no dia ou na semana. Seja um investigador, o detetive de sua própria vida.
2 – Esteja em contato com ambientes que estimulem a intuição: Visite a natureza, vá ao teatro ou cinema, leia poesias, fique meia hora contemplando uma obra de Salvador Dali. Conheça pessoas e lugares criativos, inovadores, deferentes. Depois, descreva com riqueza de detalhes tudo o que observou e sentiu. Não se preocupe se há coerência em seus registros.
3 – Procure dar atenção e valor ao que sente em situações de imprevisibilidade. Por exemplo: Que tipo de emoção ou sensação teve quando entrou num lugar desconhecido. Ao conhecer uma nova pessoa, procure reconhecer qual sensação ou emoção imediata teve a respeito dela. Registre tudo num caderno de anotações.
4 – Encontre um lugar onde se sinta confortável. Faça exercícios respiratórios, medite, dance, pinte, escreva aleatoriamente.
5 – Fique cinco minutos em silêncio.
6 – Enquanto está lendo este artigo, milhares de imagens, sons e sensações estão passando pelo seu corpo. Registre num papel ou gravador estas informações agora, já!
7 – Da próxima vez que assistir TV, abaixe o som. Observe os movimentos das pessoas, suas posturas. Esteja atenta a toda comunicação corporal e gestual delas. Se quiser fazer uma prática avançada, experimente fazer isto ao conversar com um amigo. Como não dá para abaixar a voz dele, focalize sua atenção no tom de voz e nos gestos. Procure não ouvir as palavras (não é tão difícil, fazemos isto com pessoas chatas) e preste atenção na entonação, em seu rosto e corpo.
Enfim, procure silenciar aquela voz tagarela do ego, que não pára de falar. Escute mais aquela voz sutil, que sussurra. Tudo que estiver fazendo para gerar autoconhecimento, conseqüentemente estará estimulando e desenvolvendo sua intuição.
Muitas pessoas acreditam que em suas atividades não é necessário utilizar a intuição. Ouvimos profissionais dizerem que trabalham com atividades rotineiras, e não precisam criatividade e inovação. Se sua tarefa não exige que você solucione problemas, que desenvolva serviços ou produtos, se você trabalha com rotina, tudo bem, você pode viver muito bem sem seu potencial intuitivo. Porém todos nós sabemos que há um fato irrefutável. Vivemos no mundo do conhecimento, da informação, e todos estamos ligados de alguma forma a ele. Ele nos convida a estarmos sempre atualizado, captando e selecionando dados e fatos. O profissional de ouro é aquele sabe tomar decisões, em intervalos de tempos cada vez mais curto, com informações incompletas. Num mundo de imprevisibilidade, de instabilidade, de criatividade e inovação é fundamental saber escolher o melhor caminho, decidir de forma ágil e criativa, confiando profundamente em seus instintos e emoções. Isto é intuição. Isto faz parte do perfil de pessoas que as empresas, as escolas, o mundo quer.
Existem algumas características numa pessoa intuitiva. Freqüentemente uma pessoa intuitiva é observadora e dispões da habilidade de percepção e visão sistêmica. É original, criativa, imaginativa. Valoriza imagens e sinais internos e externos e se sente à vontade ao elaborar sínteses. Tem confiança em seus procedimentos internos e tem facilidade de adaptação constante em relação ao ambiente. O intuitivo é aquele que está sempre procurando novas brechas, novas maneiras de agir. É apto para captar sinais, tornando-os uma fonte de informação e conhecimento, qualidade procurada como ouro no mercado.
O que antes era sinônimo de vidência e característica feminina, agora se tornou uma poderosa arma para educadores, profissionais, executivos e empresários bem-sucedidos. A intuição é tão considerada na hora de decidir os rumos dos negócios quanto o conhecimento, a velocidade e a competência. Aliás, são quatro qualidades complementares, com pesos grandiosos no que diz respeito a resultados e objetivos. O Poder da Informação Intuitiva ensina que, para desenvolver a intuição, é preciso estar saudável e aberto às novidades. Temos dentro de nós um grande potencial, mas a maioria não acredita e não potencializa essa característica. Viver o presente, confiar nas emoções, aflorar a percepção, a capacidade de fazer conexões e associações, gerar idéias, buscar estruturas mais profundas são os fatores discutidos como grandes aliados na captura de informações, na tomada de decisões, planejamento de metas e percepção das tendências dos mercados.
O ideal seria um equilíbrio de valor entre as fontes de informação externa e interna.Ter tempo para fazer uma boa análise a partir destas duas fontes e traçar uma boa estratégia.
Uma das grandes funções da intuição é nos mostrar aquilo que é imediatamente relevante. É a informação intuitiva que nos faz perceber detalhes importantes, que depois serão considerados como um dado óbvio. Nosso lado racional gosta muito de complicar as coisas. O óbvio (que anteriormente se apresenta como um detalhe imperceptível) está o tempo todo diante de nossos olhos, mas para o homem comum, sua visualização é deveras difícil. O homem criativo é intuitivo não foca os problemas ou situações irrelevantes. Foca as oportunidades. De mente limpa e atento. Esta é uma das ações que prevalecem nos tomadores de decisão intuitivos.
Autor
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Formação acadêmica em Direito e especialização em Marketing, ocupou no mercado as posições de Diretor de Unidades de Negócios, Gerente de Unidade de Negócio, Gerente Nacional de Vendas, Gerente de Desenvolvimento de Mercado, Gerente de Treinamento de Vendas, Supervisor de Vendas, em empresas multinacionais e nacionais de grande porte, tais como: 3M, Pfizer, Glaxo, IMB, Itaú Seguros, dentre outras. É, há 10 anos, consultor empresarial e palestrante. Hoje ocupa a posição de Sócio Diretor da SalesResults – Soluções para Mercados Competitivos.
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