Como se Ensina Criatividade?
A verdadeira criatividade satisfaz três condições básicas:
1. A resposta deve ser nova ou, pelo menos, estatisticamente infreqüente;
2. A resposta de se adaptar à realidade e deve servir para resolver um problema ou alcançar uma meta reconhecível;
3. Deve incluir uma avaliação, elaboração e desenvolvimento do insight original.
A personalidade criativa é traçada pelos seguintes aspectos;
• Intuição;
• Flexibilidade cognitiva;
• Percepção de si mesmo como uma pessoa responsável;
• Persistência e dedicação no trabalho;
• Pensamento independente;
• Menor interesse em pequenos detalhes e maior nos significados e
• Implicações dos fatos;
• Maior tolerância à ambigüidade;
• Espontaneidade;
• Maior abertura às experiências;
• Interesses não-convencionais.
Como se ensina criatividade?
Quando o mercado do futuro perguntar se um profissional é capaz de inovar, o que ele está querendo saber é se ele consegue lidar construtivamente com a contínua ocorrência de mudanças em torno de si – mudanças nos processos, na prioridades, na competição, na tecnologia, nas necessidades dos clientes. Ver a inovação como uma série de processos encadeados, e não mais algo que se origina de eventos isolados.
Como herança recente, associa-se normalmente a criatividade às disciplinas que envolvem novos processos e projetos. Contudo, a criatividade deve ser explorada, mesmo porque as indústrias necessitam de “novas” ou adaptações de “velhas” soluções.
O desafio dos educadores é o de impedir que o ensino se transforme em mero treinamento, formando jovens como formas usáveis e abusáveis de uma economia de mercado. Por isso ao falar de educação é preciso ampliar a visão. Um ensino moderno de tecnologia tem de reduzir os obstáculos que travam o progresso, abandonando a rotina, desprendendo-se da ignorância, além de fomentar a curiosidade por tudo o que é novo, infundir o sentido da diversidade de soluções, treinarem as inteligências para a criatividade, estimular a imaginação, educar o espírito crítico, sem, contudo, negligenciar a habilidade humana de interagir proativamente com o meio que o cerca.
Sendo assim, as constantes pressões e incertezas do ambiente acenam para o advento de uma realidade até então ignorada, ou seja, já não é possível enxergar o futuro com os olhos do passado, isto significa que as organizações precisam criar meios que, de fato, habilitem as pessoas e permitam a expressão, de seu potencial criativo. Portanto, para que ocorra a expressão e desenvolvimento da criatividade nas organizações, torna-se necessária a criação de condições que favoreçam um ambiente de trabalho criativo, deixando as pessoas sem as amarras da “conduta pré-estabelecida pela organização”.
Logo a criatividade é resultante mais de condições sócio-organizacionais que a empresa pode proporcionar aos seus membros, do que a predisposição unicamente individual.
Processos e etapas a serem trabalhados no desenvolvimento da criatividade
1. Bloqueios: No trabalho de desenvolvimento da criatividade é necessário considerar os bloqueios como dificuldades que o indivíduo tem em visualizar um objeto tendo mais de uma informação. São os obstáculos que impedem a pessoa de entender claramente o problema em si ou a informação necessária para resolvê-lo.
Os bloqueios distinguem-se da seguinte forma:
• Bloqueios emocionais: São aqueles que impossibilitam a exploração e a manipulação de idéias pela falta de habilidade de conceituar fluente e flexivelmente novas idéias e de comunicá-las por receio de falta e aceitação (medo de errar), de falhar, de se arriscar.
• Bloqueios culturais e ambientais: Estes são originados por inúmeros padrões culturais de uma determinada sociedade.
• Bloqueios intelectuais e de expressão: Estes são retratados pelo impedimento e/ou inibição da capacidade de comunicação das idéias.
2. Desbloqueios: Considerado os bloqueios é necessário buscar formas de desbloqueios. Dentro da vertente atitudinal, que usa basicamente a reflexão, trabalha-se uma mudança interior para liberar o comportamento exterior.
Evidenciar a abertura de emoções, visando a flexibilidade e proporcionar a busca do novo. Os desbloqueios permitem o rompimento de barreiras mentais que dificultam o entendimento de um problema, até a tomada de solução. Os bloqueios dificultam o gerenciamento, geralmente de atividades que fogem à rotina.
Os desbloqueios são todos os recursos e condições naturais ou criadas intencionalmente para tornar possível o desenvolvimento, o cultivo e o florescimento da criatividade tanto no indivíduo como na sociedade.
Foram identificados uma série de assassinos da criatividade (bloqueios), entre ele: o excesso e vigilância sobre a criança, o excesso de avaliações, o excesso e recompensas, a competição, o controle excessivo, a restrição de escolhas e a pressão (expectativas de sucesso e alto desempenho).
Com o desbloqueio, surge a oportunidade de aflorar o espírito criador, que gera idéias.
3. Exploração de Alternativas: Com a realização de trabalhos que proporcionam alguns desbloqueios aumentam as chances de explorar alternativas. Isso significa abrir a mente a diversas possibilidades e formas e visualizar, interpretar situações que costumamos agir sempre de forma igual ou não tão ousada. Ou seja, explorar alternativas é se tornar um agente de mudanças. Adaptar-se ao mundo mutante não deixa de ser uma forma de manifestação.
A exploração de alternativas permite ao indivíduo se tornar competitivo, acarretando, desta forma, a busca de um diferencial, traçando também novos paradigmas, ser flexível e polivalente através da auto-análise.
4. Fluência Criativa: A fluência criativa refere-se a manifestação propriamente dita do abandono a esteriotipação. Neste aspecto pode se ter consequentemente o surgimento do líder. É nesta fase que se observa indivíduos que já possuem o poder criativo e/ou pessoas que romperam as barreiras bloqueadoras destacam-se como diferenciados e criativos, objetivados a criar novas formas e resoluções de problemas.
Aprimoramento é uma palavra pertinente para falar da fluência criativa.
5. Soluções de Problemas e Descobertas de Oportunidades: A solução de problemas e a descoberta de oportunidades se dá a partir de alguns aspectos:
• Estar motivado;
• Ter conhecimento do assunto;
• Ter a liberdade de se manifestar;
• No caso de ser em grupo, Ter o incentivo de todos;
• Correr riscos (ter coragem);
• Acreditar no seu potencial;
• Ter percepção; e
• Utilizar-se de todos os recursos.
Logo, para que problemas sejam solucionados e surjam novas oportunidades, o indivíduo e/ou grupo, devem estar preparados para enfrentar qualquer situação fora do cotidiano.
6. Estrutura de Motivação: Deve-se enfocar a imaginação do indivíduo ou grupo, visando estabelecer associações com a finalidade de auto-conhecimento e grau de interesse em áreas de atuação.
7. Práticas Pré-criativas: As práticas pré-criativas são trabalhadas geralmente com expressões corporais, visando a associação entre a imagem e o simbolismo, com o intuito de uma melhor desenvoltura.
8. Inimigos Pessoais: Neste processo a proposta é trabalhar a expectativa da pessoa e do grupo, com relação aos projetos de vida.
9. Personalidade Criativa: Este é um processo comportamental trabalhado já na fase de manifestação propriamente dita da criatividade, onde procura-se refletir a canalização da mesma em determinadas áreas.
10. Exploração e Casos: Esta etapa visa explorar a percepção, direcionada aos negócios, partindo de situações banais até as mais complexas. Ou seja, visa o grau de interesse e postura crítica em saber enfrentar diversas situações.
11. Explorar Hipóteses: É mais uma ferramenta de concretização das habilidades criativas, pois trabalha-se muito com a fantasia e a percepção, explorando o maior números de hipóteses possíveis.
12. Tarefas Complexas: É um estágio mais avançado da aquisição da criatividade, onde de fato só se aprimora práticas de desenvoltura.
A Criatividade, portanto, deixa de ser somente um dom e se apresenta, principalmente, como um fundamental ingrediente para todos aqueles que pretendem ultrapassar os obstáculos e atingirem seus sonhos, o empreendedor, por exemplo, das idéias nascem os empreendimentos. Empreender é, de fato, ser criativo.
Autor
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PhD em Administração de Empresas pela Flórida Christian University (EUA) PhD em Psicologia Clínica pela Flórida Christian University (EUA) Psicanalista e Diretora de Assessoria Geral da Sociedade de Psicanálise Transcendental. Mestre em Administração de Empresas pela USP. Especialista em Estratégias de Marketing em Turismo e Hotelaria pela USP, MBA em Gestão de Pessoas, MBA em Metodologia e Didática do Ensino Superior e Especialista em Informática Gerencial.
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