A urgência da urgência!
A urgência da urgência!
Subdesenvolvimento!
Uma palavra comum para nós, a usamos como se o fato estivesse do outro lado do muro e não nos afetasse.
Nasci em uma cidade do interior e muitos erros não percebia. Cercado por fazendas, sítios, áreas abertas, por que um terreno coberto de mato, ao lado, me incomodaria?
Deixei a cidade para estudar, passava bom tempo fora, então meus conceitos começaram a mudar.
Gosto de viajar, de vez em quando dou uma escapulida e coloco o carro na estrada; vou conhecendo cidades, pessoas e costumes.
Que lição! A pequena cidade, com poucos recursos, se mostra mais desenvolvida que a grande, abastada, ao seu lado.
Subdesenvolvidos por escassez de recursos, subdesenvolvidos por falta de ação, subdesenvolvidos por falta de união.
Desenvolvidos pelo uso da informação!
Uma mente subdesenvolvida não comandará braços desenvolvidos.
Falamos em educação, cada vez mais, que bom!
Sabemos o que é efetivamente educação?
O que estamos ensinando aos nossos jovens nas escolas e universidades que não os qualificam para um emprego?
Jovens tem pressa! Precisam ver resultados para que não percam o entusiasmo.
Subdesenvolvimento cria urgências e estas quando não atendidas geram mais subdesenvolvimento.
Vamos para o lado prático da questão, não somos governantes, mas governados. As escolhas já fizemos, agora é cobrar, se tivermos consciência e coragem. Vamos fazer nossa parte também, afinal temos responsabilidades sociais.
Gestão de empresas está ao alcance de todos. A barraca da feira, o carrinho de “sandubas”, a loja de roupas, a gerência da média empresa, a direção da multinacional.
“Cada um no seu quadrado!”
Estudemos como o subdesenvolvimento gera subdesenvolvimento.
Comecemos com o fato de que o tempo passa, os vícios não!
José dizia aos proprietários da empresa “Talvez Um Dia Limitada” que mudanças estavam ocorrendo de forma cada vez mais acelerada naquele segmento de negócios. As máquinas mecânicas, movidas a correias, precisavam ser substituídas pelas eletrônicas. Poderiam fazer o trabalho de forma planejada, sem atropelos.
Gritavam os proprietários: – Substituir tecnologia? Ta louco! Levamos dez anos pagando estas máquinas! Agora que estão pagas gerarão lucros, só trocar algumas peças!
José, determinado a impedir problemas maiores com defasagens tecnológicas e de olho nos concorrentes, insistia: – Vamos ficar para trás. Não basta trocar máquinas é necessário acrescentar conhecimento!
E ouvia broncas: – Teimoso, não sabe o valor do dinheiro, não é ele que tem que gastar!
Um dia a ficha cai. Caiu!
Correria… máquinas compradas.
Ninguém sabia operar. – Máquinas eletrônicas? Por que não compraram mecânicas? – perguntavam os operadores.
– Estão loucos- Diziam agora os proprietários, desesperados para recuperar o tempo perdido.
José- pediam eles – manda essa turma fazer um curso!
José, sob pressão, tentava convencer a turma que o computador não mordia, que o equipamento informatizado, digital, eletrônico, e todos os demais adjetivos, era amigável e só ajudaria.
Ao perder mercado, pela demora de reação, um dos sócios disse a José: – Sabe o que assusta? Descobrir que enquanto você gritava não nos demos conta que estávamos atrasados, quando resolvemos reagir acordamos subdesenvolvidos.
A defasagem, quando permitimos, não se concentra apenas nos botões das máquinas, teclas dos computadores e telas dos novos softwares, mas no modelo mental.
Somos o que vemos, ouvimos, lemos, estudamos e fazemos.
Meu pai, preocupado com nossa educação, sempre repetia: – Se você for criado por um gato só aprenderá a miar!
Uma das pessoas que tinha clareza da urgência da urgência no nosso país era Juscelino Kubitscheck. Seria um dom ou uma contribuição da sua ascendência checa – original checo Kubí?ek – de etnia cigana, de onde vem seu sobrenome. Não importa, cinquenta anos em cinco só pode ser plano de um visionário.
Chamado de “tocador de obras”, eleito o “Brasileiro de século”, em 2.001, por milhares de leitores da revista Isto é, assim se fez urgência do reconhecimento.
Com urgência: Os grandes se identificam, reverenciado por sua oratória, Juscelino teve muitos de seus discursos escritos pelo poeta Augusto Frederico Schmidt, que o brindou com frases famosas como “Deus me poupou o sentimento do medo”.
Não deixemos que a lição se perca, temos que nos empenhar na urgência da urgência, o único caminho para superar o subdesenvolvimento, no país e nas nossas empresas.
Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
www.postigoconsultoria.com.br
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Economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas.
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