As estruturas organizacionais – descubra qual você trabalha!
Cada organização possui um estilo e cultura próprios que influenciam o modo como o trabalho de projeto é conduzido. Assim como os projetos são únicos, as organizações em que são executados também são.
O segredo para identificar o tipo de organização em que você trabalha é avaliar quanta autoridade a alta diretoria pretende delegar ao(s) gerente(s) de projeto. Embora a singularidade seja regra nas culturas empresariais, todas as organizações são estruturadas segundo uma destas três modalidades: funcional, projetizada ou matricial.
É útil conhecer e entender a estrutura organizacional e a cultura da entidade em que você trabalha.
O nível de autoridade de que o gerente de projeto vai usufruir é determinado pela estrutura organizacional. Por exemplo, um gerente de projeto dentro de uma organização funcional tem pouca ou nenhuma autoridade oficial. É possível que ele nem seja chamado de gerente de projeto, mas sim de líder, coordenador ou até de executor de projeto.
Vamos conhecer essas três modalidades de estrutura organizacional:
Organizações funcionais
É o tipo mais comum de organização e provavelmente o estilo mais antigo. A organização funcional é centrada em especialização e agrupada por função, razão pela qual são chamadas de organizações funcionais. Por exemplo, ela é organizada por setor, ou seja, setor de RH, setor de Finanças, marketing e etc. O trabalho nesses departamentos é especializado e exige pessoas com conjunto de habilidades e experiências nessas funções especializadas para realizar tarefas específicas do departamento.
Veja o organograma:
Organizações projetizadas
As organizações projetizadas são praticamente o oposto das organizações funcionais. O enfoque desse tipo de organização é o próprio projeto. A idéia que respalda uma organização projetizada é cultivar lealdade ao projeto, não a um gerente funcional.
Veja o organograma:
Nas organizações estruturadas exclusivamente por projetos, os recursos organizacionais são dedicados aos projetos e suas metas. Quase sempre, os gerentes de projeto têm total autoridade sobre o projeto e são subordinados direto da Diretoria, sem intermediários.
Organizações matriciais
As organizações matriciais surgiram para minimizar as diferenças entre os pontos fortes e fracos das organizações funcionais e das organizações projetizadas e para melhor explorá-los. A idéia é obter o melhor dos dois mundos, combinando-os em um só. Os objetivos do projeto são atendidos, técnicas eficientes de gerenciamento de projetos são aplicadas, ao mesmo tempo que também se mantém a estrutura hierárquica da organização.
Os funcionários de uma organização matricial se reportam ao gerente funcional e a, no mínimo, um gerente de projeto. Eles podem ser subordinados a vários gerentes de projetos, caso trabalhem em vários projetos simultâneos. O gerente funcional responde por incumbências administrativas e aloca funcionários para os projetos. Ele também monitora o trabalho de seus funcionários nos diversos projetos.
Hoje em dia, a maioria das organizações usa alguma combinação das estruturas organizacionais descrita acima. É raro uma organização ser estritamente funcional ou unicamente projetizada. Por exemplo, estruturas que giram em torno de projetos podem coexistir dentro de organizações funcionais. No caso de um projeto crítico e mais elaborado, a organização funcional pode designar uma equipe especial para dedicar-se a ele com exclusividade. O grupo é estruturado fora dos limites da organização funcional, e seu gerente detém autoridade máxima pelo projeto. Essa é uma abordagem de gerenciamento viável, que assegura a comunicação franca entre o gerente de projeto e os membros da equipe.
As organizações são únicas, assim como os projetos por elas empreendidos. Conhecer a estrutura organizacional ajudará o gerente de projeto no que diz respeito às influências culturais e vias de comunicação nela existentes, facilitando-lhe a obtenção de colaboração e a conclusão do projeto com êxito.
Bibliografia
Kim Heldman, PMP (2009). Gerência de Projetos Guia para o exame oficial do PMI. Rio de Janeiro: Elsevier.
Autor
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É coach, engenheiro da computação, especialista em gerenciamento de projetos, professor e diretor do .CSEG Automation treinamento e consultoria em projetos.
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