Comunicação, onde menos é mais
Comunicação: ciência, arte ou magia?
O homem distraído é impactado, atento, transformado.
Quando perguntaram a Michelangelo sobre sua genialidade por ter criado Pietá, ele respondeu: – Estava tudo lá, apenas retirei o excesso.
A arte na comunicação estava em esculpi-la, a magia, vê-la na pedra bruta!
Cada momento uma surpresa, assim nos comunicamos com traços, cores, movimentos, sons e palavras.
Aceitos, aplaudidos, reverenciados, vaiados, odiados.
Ora, nos comunicamos…
Rebuscados, clássicos, pop…
Ver, tocar, cheirar, ouvir, experimentar. Pimenta!
Hum, vermelha, nesse tom? Não precisa dizer, arde!
Desse tamanho, feito de ferro? Pesa!
Uma flauta? Ah, doce som…
Não precisa nem tocar, vê-la é ouvi-la!
E as palavras?
Que poder possuem!
Ditas, lidas, imaginadas…
Poucas, contam longas histórias.
Da arte de fazer do menos mais, encontramos os microcontos. Um “achado” para o twitter, com sua limitação de 140 caracteres. Um extraordinário recurso para o apressado mundo globalizado.
Augusto Monterroso é considerado autor do mais famoso microconto, escrito com apenas trinta e sete letras:
O Dinossauro
Quando acordou o dinossauro ainda estava lá.
E que tal Franz Kafka?
Há uma anotação em seu diário, feita em 1914, de exatas 52 letras:
“2 de agosto:
a Alemanha declarou guerra à Rússia.
Natação à tarde.”
Uma descrição do dia, sem delongas.
Já em 1906, o Frances Félix Fénéon, escrevia seus microntos, hoje no seu livro Nouvelles em trois lignes.
O Sr. Frachet, de Lyon, mordido por um cachorrinho, e considerado são, quis morder sua mulher e morreu de raiva.
Ernest Hemingway também deu sua contribuição.
Vende-se: sapatos de bebê, sem uso.
Quase sem palavras para apresentar Lygia Fagundes Teles!
Fui me confessar ao mar. O que ele disse: nada.
Gravando nosso vídeo “Estratégia ou tática- A busca pelo início do circulo”, achávamos o texto longo e não víamos como reduzi-lo naquele momento. Quando tratávamos de uma passagem sobre a guerra de Tróia, comentamos que, sobre Helena, pivô do conflito, pouco se falava na história.
Então, por sua mencionada beleza, surgiu nosso microconto;
Helena
A viu, amou, casou!
Entusiasmados, rimos e dissemos , vamos criar!
Façamos um conto sobre ontem…
Ontem
Chovia…
Que tal sobre sucesso, já esse é nosso negócio.
Sucesso
Com trabalho, sucedeu!
Nossa! E sobre fracasso?
Fracasso
Sem dinheiro, faliu.
Será que conseguimos criar um sobre mistério?
A dama
Desconhecida, logo que chegou, morreu.
Que belo exercício, voltamos, reduzimos nosso texto e gravamos.
Dividindo as tarefas, multiplicamos os resultados.
O material ficou interessante, aprendemos um pouco mais, um com o outro e que a magia na comunicação se dá quando o menos é mais!
Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
www.postigoconsultoria.com.br
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Autor
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Economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas.
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