Disciplina e Arte, as Principais Armas Para a Criatividade e Inovação
Por Que as Organizações Devem se Transformar em Fábricas de Idéias? O Que Fazer Para Aflorar a Criatividade Nas Pessoas?
Desde a infância, passando pela adolescência e juventude somos treinados para deixar de lado nossa criatividade e intuição, enquadrando nossa vida numa visão rotineira e convencional das coisas. Mas, sob o ponto de vista de alguns escritores e cientistas para sermos criativos é necessário “desaprender” grande parte do condicionamento imposto sobre nós desde nosso nascimento.
Certa vez, o irreverente escritor americano Mark Twain afirmou que jamais permitiu que a escola interferisse nos seus estudos e, logo depois disso, o não menos famoso escritor inglês Bernard Shaw disse que teve que “interromper sua educação para ingressar na faculdade”.
Na verdade, o que ambos estavam denunciando – com certo bom humor – era a uniformização mecânica do raciocínio e do conhecimento, o que reduzia drasticamente o espaço aberto à criatividade e a intuição nas escolas e nas organizações.
Com menos humor e de maneira mais critica um dos pensadores mais criativos da humanidade – Albert Einstein – certa vez disse que “a humilhação e a opressão mental impostas por professores pretensiosos causa danos irreparáveis na mente dos jovens, de tal forma que acabam exercendo influências maléficas na vida futura”.
Para ele a pior coisa para uma escola era usar os métodos do medo, da força e da autoridade artificial, pois isso destruiria os saudáveis sentimentos de sinceridade e autoconfiança e produziria indivíduos submissos.
Algo semelhante a isso pode ser dito no âmbito empresarial, pois chefes despreparados não percebem que a atual prioridade das organizações criativas é a de se transformarem em “fábricas de idéias”. John Kao – em entrevista a Revista HSM Management – afirma que as organizações vencedoras são aquelas que estimulam a criatividade nos seus funcionários, clientes e até nos seus fornecedores. Sob seu ponto de vista, existem três formas de aflorar a criatividade nas pessoas:
1. Encontrar novos interesses.
2. Ter as expectativas certas
3. Fazer de seu local de trabalho um ambiente propício à criatividade.
Outros teóricos do comportamento humano denominam esse local de trabalho como o ambiente de “liberdade responsável”, o qual estimularia os sentimentos positivos e a própria criação do novo. Para esses estudiosos existem quatro (4) elementos que garantem boa produtividade individual aos funcionários de uma organização: (a) adotar metas bem definidas; (b) promover uma prestação de contas periódicas; (c) manter transparência de procedimentos; (d) proporcionar liberdade de ação aos colaboradores.
Um ambiente repressivo acentua sentimentos egoístas que devem ser reprimidos pela liderança, a fim de se manter certa ordem externa. Esses estudiosos acreditam que a criatividade esteja relacionada a certa capacidade de brincar com a vida. Ou seja, ter a satisfação de experimentar, olhando as coisas sempre pela primeira vez e não como mero prolongamento do passado.
A criatividade depende do que fazemos com nossa liberdade de agir e, além disso, ela também está relacionada com a intuição. Essas duas (2) funções pertencem a cada um de nós, mas só surgem quando nos libertamos das preocupações com nós mesmos e acabamos rompendo os muros da memória, da visão do passado e da busca de segurança.
Usando a Criatividade Para Resolver Problemas:
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Coloque ao seu alcance papel e caneta. Identifique um problema concreto e relaxe. Ponha as mãos nos joelhos e mantenha sua coluna ereta, com as pernas formando ângulos retos e as pontas dos pés apontando para frente. Respire calma e profundamente, enquanto se concentra no relaxamento dos músculos dos pés, das pernas, das mãos, dos braços, dos ombros, do rosto e, depois de três minutos, examine serenamente a questão.
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Visualize o problema. Sua atitude diante dele é decisiva. Parta do ponto de vista de que o problema existe para ajudar a vida a ensiná-lo algo e que, evitar a questão, é fugir da oportunidade de aprender a viver e a trabalhar corretamente. Examine o problema, identificando em você o que o causou ou o que dificulta sua solução. É aí que está a alternativa.
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Ponha no papel uma lista dos possíveis problemas e não se censure, pois soluções aparentemente absurdas são bem vindas. Liberte sua imaginação, expressando seus sentimentos até em propostas exageradas e inviáveis. Tenha a certeza de que a lista seja bem ampla.
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Examine as propostas transformando-as, adaptando-as ou eliminando-as. Selecione as melhores idéias e trace estratégias decidindo o que fazer de prático amanhã, na próxima semana ou no mês que vem. Ponha em prática o que você decidiu e, depois de terminado o período da experiência prática, avalie os resultados e revise as estratégias atualizando-as. Garanta que sua linha de ação será firme, ética e que não fará mal a ninguém. Lembrando-se que o seu bem pessoal está em fazer o bem aos outros.
Autor
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Professor, consultor e palestrante. Articulista do Jornal do Commercio (RJ) e co-autor do livro: “Trabalho e Vida Pessoal – 50 Contos Selecionados” (Ed. Qualytimark, Rio de Janeiro, 2001). Treinou – por mais de 20 anos – equipes de Atendentes, Supervisores e Gerentes de Vendas, Marketing e Administração em várias empresas multinacionais de bens de consumo e de serviços. Elaborou o curso de “Gestão Empresarial” e atualmente ministra aulas de Administração, Marketing, Técnicas de Atendimento ao Cliente, Secretariado e Recursos Humanos.
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