Gestão Científica – O Começo da Administração
Como, Onde e Por Que a Administração se Tornou Uma Ciência? Quem Foram os Personagens Dessa História? Que Contribuições Eles Forneceram Para Que a Administração se Tornasse Uma Ciência?
Em 1908 foi o ano de lançamento do primeiro automóvel do mundo – o modelo “T” da Ford – cuja montagem demorava cerca de doze horas. Porém, na década de 20 a Ford Motors Company só levava uma hora e vinte minutos para produzi-lo. Produto de massa e barato o modelo vendeu 15 milhões de unidades. Como Henry Ford – o fundador da empresa – conseguiu esta melhoria? Ford não estava brincando quando fez essa estranha declaração:
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“Das 7882 operações em que se decompõe a montagem do Ford T, 949 tarefas exigem pessoas robustas e 3338 homens com uma força física normal. O resto? O resto está ao alcance de mulheres ou crianças grandes”
Na verdade, o pioneiro da indústria automobilística quis provar que é possível especializar as tarefas e decompor o trabalho em gestos elementares, racionalizando a produção e aumentando o rendimento.
Foi o que ele fez e, depois disso, seus operários deixaram de girar em torno do automóvel que estava sendo montado e a cadeia de produção passou a desfilar face a face com o posto de trabalho. Em seguida, bastou cadenciar os movimentos e padronizar o todo — os veículos deviam ser idênticos “como dois alfinetes saídos de uma fábrica de alfinetes”, dizia Ford.
Henry Ford foi um precursor neste tipo de produção, mas ele retirou a sua inspiração de Frederick Winslow Taylor, o qual era um apaixonado pelo estudo do trabalho humano e um grande maníaco pelo cronômetro.
Em 1911 Taylor, inventava a “Organização Científica do Trabalho” que, sob seu ponto de vista, deveria aumentar a produtividade reduzindo o “ócio” dos operários. Ele estava convencido de uma “cooperação amigável” entre o patrão e os trabalhadores para aumentar a produção, pois isso permitiria acelerar simultaneamente os benefícios de um e os ganhos do outro.
Por volta de 1916, o engenheiro francês Henri Fayol identificou os quatorze princípios da eficácia operacional, através do seu livro “Produzir Mais é a Prioridade”. Para Fayol, autoridade, disciplina, obediência e hierarquia eram as palavras de ordem, embora ele também falasse em “bondade, equidade e boa vontade face aos operários” porque ele retirou lições da sua experiência como diretor das minas de Commentry.
As idéias de Taylor e de Fayol se complementavam, apesar de divergirem em alguns pontos como a “unidade de comando” – por exemplo – da qual Fayol não abria mão. Em 1911 Taylor lançou seu livro “Princípios da Gestão Científica”, o qual é considerado por muitos acadêmicos como “um verdadeiro manifesto revolucionário sobre o redesenho dos processos, visando aumentos espetaculares da produtividade”. Com ele, Taylor lançou os fundamentos da Gestão Científica, cujo legado ainda está vivo em muitas empresas até hoje.
Em 1916 foi a vez de Henri Fayol publicar sua obra – Administração Geral e Industrial – quando ele identificou as áreas funcionais de uma empresa e diferenciou a Gestão Empresarial, colocando-a no centro da organização: Ele dizia que “gerir é prever e planear, organizar, comandar, coordenar e controlar”. Esta definição gerencial foi largamente usada durante todo o século XX.
Dessa forma, o período compreendido entre 1908 a 1920 ficou sendo conhecido como “Gestão Científica” em função das contribuições que esses três (3) personagens forneceram para que a Administração de Empresas se tornasse uma ciência.
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A administração das empresas não tinha noção muito clara da divisão de suas responsabilidades com o trabalhador.
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Não havia incentivos para melhorar o desempenho do trabalhador.
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Muitos trabalhadores não cumpriam suas responsabilidades.
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As decisões dos administradores se baseavam na intuição e no palpite.
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Os trabalhadores eram colocados em tarefas para as quais não tinham aptidão.
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Havia conflitos entre capatazes e operários a respeito da quantidade da produção.
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Taylor procurou resolver esses e outros problemas que eram comuns nas empresas e, através de suas observações e experiências, desenvolveu seu sistema de administração de tarefas que mais tarde,ficou sendo conhecido como “Administração Científica”.
De acordo com Taylor, a Administração Científica era um sistema que economizava trabalho, produzindo mais em menos tempo. Ele também tratou de outros aspectos importantes para as indústrias, como a padronização das ferramentas e dos equipamentos e o estudo dos movimentos. Tudo isso para economizar tempo, obtendo assim o aumento da produção e dos lucros na empresa.
A Expansão do Movimento pelo Mundo
A Administração Científica rapidamente ganhou popularidade nos Estados Unidos e depois em todo o mundo, expandindo-se rapidamente pelas décadas seguintes
Em vários países as idéias de Taylor despertaram grande interesse e motivaram a criação de organizações para estudá-las e divulgá-las, embora ele também tenha reunido um número enorme de “inimigos”.
Na antiga União Soviética, Lênin esteve entre os grandes advogados do taylorismo, o qual considerava uma das maiores realizações científicas no campo da análise dos movimentos mecânicos no trabalho, da eliminação dos movimentos supérfluos e desajeitados e do planejamento dos métodos corretos de trabalho.
Sendo assim, á despeito daqueles que discordavam da Administração Científica, percebe-se que esse método de produção foi eficaz e e o melhor exemplo disso foi o próprio Lênin, pois para ele o taylorismo deveria a qualquer custo ser adotado na URSS como forma de aumentar a produtividade do trabalhador soviético.
Autor
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Professor, consultor e palestrante. Articulista do Jornal do Commercio (RJ) e co-autor do livro: “Trabalho e Vida Pessoal – 50 Contos Selecionados” (Ed. Qualytimark, Rio de Janeiro, 2001). Treinou – por mais de 20 anos – equipes de Atendentes, Supervisores e Gerentes de Vendas, Marketing e Administração em várias empresas multinacionais de bens de consumo e de serviços. Elaborou o curso de “Gestão Empresarial” e atualmente ministra aulas de Administração, Marketing, Técnicas de Atendimento ao Cliente, Secretariado e Recursos Humanos.
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