Não posso, não pude, não poderei
Não posso, não pude, não poderei
A verdade de hoje, amanhã não servirá para nada!
Óbvio ou estranho? Acho que a frase enquadra-se perfeitamente nas duas observações.
Com a velocidade dos acontecimentos, a própria palavra obsolescência está obsoleta.
Obsolescência significa algo que caiu em desuso. Em alguns setores as trocas por novas versões, novos produtos e materiais ocorre de forma tão impactante que o sucateamento é mais rápido que o desuso.
Você se lembra dos recursos de armazenamento de informações que já usamos em nossos microcomputadores?
Discos flexíveis de várias polegadas, CD, Pen Drive…
Muitos desta geração, iniciando a vida profissional, jamais viram um disco flexível!
E olha que não faz muito tempo que os tínhamos como nossos fundamentais recursos de trabalho.
A indecisão no laboratório ou nas ações de marketing condena os produtos antes do lançamento.
Técnicas de gestão, reconhecidas e aplaudidas, são substituídas com uma velocidade impressionante. É verdade que essa “urgência pela pressa” provoca grandes perdas, cujas compensações espera-se obter com a rapidez da nova solução.
Quer ver alguns pontos que merecem atenção?
Com todos os recursos de processamento, sobram organizações com dificuldades para fazer um controle adequado dos estoques. Faltam método e observação às rotinas.
Apesar de toda parafernália eletrônica, linguagens acessíveis e amigáveis, a customização de sistemas de gestão de fábrica PPCP, ainda é um processo dificultoso. Falta conhecimento sistêmico.
Na área contábil, a facilidade para introdução dos dados, processamento e geração de relatórios é infinitamente maior que há poucos anos e cada vez mais, vejo empresas, cada vez menos, usando os balanços como recurso de gerenciamento. A ferramenta preferida é o fluxo de caixa que nos dá uma visão de curtíssimo prazo.
Dia desses, ouvi uma conversa tão interessante, que o pai da garota não se conteve e rindo veio em minha direção e perguntou: – Que faço com ela?
Eu só tinha uma resposta: – Ouça e peça opinião.
Estava espiando a vitrine em uma loja de eletrônicos, quando o pai disse à garota de cinco anos de idade: – Carol, vamos entrar, quero ver um mp3.
A menina sem pestanejar respondeu: – Esquece pai, isso já era!
Nesse mundo, a frase “não posso” é fatal.
Se não pode porque não quer, a segunda chance talvez não aconteça. Precisam de você e desse conhecimento agora!
Se não pode porque não sabe, pior ainda. Se esse conhecimento requerido é base para a evolução, para os novos aprendizados, lamento dizer, você está frito!
A sua não participação leva a necessidade para outro que a atenda, e o afasta de novas oportunidades.
A falta de oportunidades provocará a sua substituição com possível demissão.
A sua demissão e falta de conhecimento o afastarão dos locais onde necessidades a serem satisfeitas existem.
O próprio mercado paga um alto preço pela inaplicabilidade do conhecimento.
Em um determinado momento, torneiros mecânicos não conseguiam emprego. Não importa quão especializados fossem.
Ora, para sobreviverem viraram donos de papelarias, pastelarias, mercados, ou encanadores, eletricistas, enfim, passaram a exercer novas atividades.
Não demorou para que o mercado sentisse a carência dos profissionais que não acolheu.
Não só a atualização, mas a expansão da área de conhecimento e atuação também é importante, afinal não importa o quanto você sabe se o mercado, naquele momento, não está interessado na sua expertise.
Há pouco tempo engenheiros civis se debatiam em busca de oportunidades. Na falta, seguiam para outras áreas.
A economia aquecida, agora, abraça todos os que encontra.
É importante querer para poder e dessa forma manter ativa a sua empregabilidade pelos seus conhecimentos, ou não. A escolha é sua.
Ouviria um conselho?
Não corra o risco de dizer: – Não posso.
Acabará dizendo em seguida: – Não pude e agora não mais poderei!
Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
[email protected]
Nossas maiores conquistas não estão relacionadas às empresas que ajudamos a superar barreiras e dificuldades, nem às pessoas que ensinamos diretamente, mas sim àquelas que aprendem conosco, sem saber disso, e que ensinamos, sem nos darmos conta.
Autor
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Economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas.
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