O que Conduz as atitudes ao Risco?
Risk Doctor Briefing
© Abril 2008, Dr David Hillson PMP FAPM – [email protected]
Parece óbvio dizer que as pessoas são essenciais para que o risco seja gerenciado efetivamente. A gestão de riscos não é feita por robôs ou máquinas, mas por pessoas, agindo individualmente e em grupos. Uma das maiores influências no processo de risco são as atitudes ao risco que as pessoas adotam. Isso afeta muitos aspectos do processo de risco, mesmo que as pessoas não estejam cientes disso. Entender e gerenciar estas atitudes ao risco aumentará significantemente a eficiência, então quais são elas e quais os seus efeitos.
Uma definição simples de “risco” é “incertezas que devem ser consideradas”, e só é possível definir um risco em relação a alguma coisa específica, geralmente um objetivo de alguma espécie. A visão de risco da pessoa é também afetada pela sua percepção de tais coisas como a probabilidade de um risco ocorrer ou o impacto se acontecer. Da mesma forma “atitude” é “uma resposta escolhida para uma dada situação”, e é também relacionada a uma situação específica e afetada pela percepção. Combinando as duas definições de “risco” e “atitude” é possível construir uma definição de “atitude ao risco”: “uma resposta escolhida às incertezas que devem ser consideradas, influenciadas pela percepção”.
Se quisermos entender as atitudes aos riscos precisamos ser claros sobre a função da percepção ao determiná-las. Pesquisas recentes descobriram três tipos de influências na percepção dos riscos, conhecidas como “triple strand”. É composta de fatores da consciência, fatores da subconsciência e fatores efetivos. Enquanto as três partes da triple strand se sobrepõem e se interagem de maneira complexa, será útil trazermos à tona os três elementos, de tal forma que possamos examiná-los e entendê-los.
· Strand 1 – Fatores da Consciência: estes são as características visíveis e mensuráveis de uma situação de risco em particular, baseada em nossa avaliação racional. Também levamos em conta fatores situacionais como se tivéssemos feito alguma coisa similar anteriormente (familiaridade), o grau o qual temos controle da situação (gerenciabilidade), ou quando a situação esperada nós afetará (proximidade).
· Strand 2 – Fatores da Subconsciência: estes incluem heurísticos e outras fontes de influências cognitivas. Alguns heurísticos nos ajudam a alcançar uma posição apropriada rapidamente, enquanto outras podem ser equivocados. Infelizmente pelo fato dos heurísticos serem subconscientes, as suas influências estão geralmente ocultas, e elas podem ser fontes significantes de influências. Heurísticos comuns incluem memória de eventos importantes (disponibilidade), ou a convicção de que já sabemos a resposta certa (armadilha de confirmação).
· Strand 3 – Fatores Efetivos: estes são sentimentos de nível visceral e emoções que tendem a se manifestar automaticamente ou instintivamente numa situação e influenciam como nós reagiremos. Medo, excitação ou atração podem nos levar a adotar atitudes ao risco que uma avaliação mais racional não permitiria considerar.
A triple strand de influências interagem juntas para afetar a percepção de duas maneiras importantes: como as pessoas percebem uma situação de risco em particular, e o que elas percebem como sendo o jeito certo de respondê-la. Apreciando como os fatores da triple strand conduzem a nossa percepção das situações arriscadas, entenderemos melhor porque adotar diferentes atitudes ao risco. Isso nos ajudará a gerenciar nossas atitudes ao risco proativamente para que possamos tomar boas decisões, selecionar as respostas apropriadas e melhorar nossa gestão de risco.
Traduzido por Marconi Fábio Vieira, PMP
Para dar opiniões sobre este artigo, ou para maiores detalhes como desenvolver uma gestão de riscos eficaz, contate Doctor Risk ([email protected]), ou visite o web site do Doctor Risk (www.risk-doctor.com).
Autor
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• Certificado PMP (Project Management Professional) desde 2003. • Certificado MVP (Most Valuable Professional) em Project da Microsoft desde Janeiro 2009. • Autor do livro “Gerenciamento de Projetos de Tecnologia da Informação”, 2ª Ed., outubro de 2006 – Editora Campus/Elsevier – Prefácios de Ricardo Viana Vargas e Danúbio Beker Borba. • Atua como consultor na equipe de planejamento de projetos de grande porte, apoiando as áreas de Engenharia Civil, Tubulação, Instrumentação, Elétrica, Mecânica e Processo, envolvendo Projeto Conceitual, Projeto Básico, FEED, Processo de Licitação e Aquisição, Construção e Montagem, Condicionamento, Pré-operação e Partida de unidades de processo na área petroquímica.
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