Para conquistar o mundo, Made in Brazil precisa ser orgulho nacional
Para conquistar o mundo, Made in Brazil precisa ser orgulho nacional
O mercado brasileiro sempre foi presa fácil para o produto estrangeiro.
Há sim a questão complexa do custo Brasil, que poderíamos chamar de desleixo Brasil, mas também o consumidor se vê atraído por uma história.
Produtos baratos, chamados commodities, invadem nosso mercado, mas também produtos Premium, com marcas Premium, que estampam valores Premium para tê-los.
Quantos sacrifícios já vi pessoas fazerem por alguma coisa “de marca”, com as quais sonharam tanto tempo. Um tênis, um sapato, um vestido, um terno, uma jóia, um relógio, um automóvel, e tantas outras coisas mais.
É impossível negar o glamour de possuir e poder ostentar algo que circula pelas ruas de Paris, London, Tokyo, New York, e outras capitais do mundo.
Quantas vezes você já ouviu pessoas repetirem que compraram aquele produto no exterior?
Vamos encontrar duas marcas nesse produto:
1) Provocada pelo local da compra;
2) Provocada pela empresa que o fabricou.
Resumo da ópera: Produtos, assim como nós, precisam ter CV, saca?
Quanto mais recheado de conhecimentos e experiências estiver seu CV, maior será o seu valor, ou não é assim?
Quando recebemos um estrangeiro no nosso país, ele não atrai a nossa curiosidade e de todos o cercam para saber sua história?
Imagine agora reencontrar um amigo, décadas depois que rodou o mundo trabalhando, realizando? Consegue imaginar o poder de atração dessa pessoa?
E que tal nessa volta você descobrir que é o amigo preferido, com quem ele conta para a reintegração na comunidade?
O que há por trás disso tudo, que gera tamanho magnetismo? Registro da história!
Nossos sertões são repletos de fatos, mas sua fama não chega perto do Oeste americano. Apesar das muitas lendas e histórias, o período em que elas se passam foi muito curto, não chega a duas décadas, mas estendamos um pouco, 50 anos. Wyat Earp, o famoso xerife, ocupou esse cargo apenas 5 anos.
Wyat Earp, como marca, até hoje vende muito: livros, filmes, fotos, etc…
Que lição podemos tirar disso? Registro da história!
Quem registra a história tem orgulho da história que registra, e a propaga. Assim são as marcas.
Os produtos que circulam pelas capitais do mundo podem, sem a menor sombra de dúvidas, carregar a bandeira Made in Brazil, mas para que isso tenha relevância é necessário o registro de sua história. Para ser “eterno” é necessário o registro das realizações.
Quando se conta, cada gol conta e pode somar mil, virando história.
Se a sua história não esta registrada no produto que faz, nem você, nem o seu produto, com o tempo, terão relevância.
Pensando em tempo e perenidade, duas taças de vinho, uma com história e a outra sem, qual te atrai mais?
Claro que a que traz um belo curriculum e apresenta um registro de fatos no tempo, não é verdade?
Produtos precisam carregar uma bandeira com a história de sua criação, afinal nasceram em algum lugar, resultado de uma situação.
Produtos e marcas precisam carregar crenças, algo em que as pessoas possam acreditar.
Produtos e marcas precisam de um ícone para essa bandeira. Algo que seja o elemento de distinção.
Produtos e marcas precisam de rituais. Algo que as pessoas façam e ofereçam, por causa de seu registro de realizações. Formando filas, acampando nas ruas para ter o privilégio da aquisição.
Produtos e marcas precisam de palavras e frases relevantes, que as classifiquem e as distingam.
Produtos e marcas precisam de oposição, para que a defesa de seus fãs gere a energia de propagação.
Produtos e marcas precisam de imagem de liderança, que provoca o reconhecimento da condução.
O orgulho da realização tem que integrar a história que corre o mundo, deixando a sua marca, atraindo a atenção, gerando seguidores e propagadores.
Se você não mostra que se importa com o que faz, porque alguém deveria se interessar pelo que você fabrica e vende?
O registro das histórias das marcas dá seu fiel testemunho que quem se importa, exporta!
Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
www.postigoconsultoria.com.br
Autor
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Economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas.
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