Porque RISCO inclui oportunidade
Risk Doctor Briefing
© May 2008, Dr David Hillson PMP HonFAPM – [email protected]
A maioria dos padrões e guias de gestão de riscos utiliza uma série de definições de “risco” que incluem ambas ameaça e oportunidade. Por exemplo, o Project Management Institute (PMI) define risco como “um evento ou condição incerta que, se ocorrer, terá um efeito positivo ou negativo em pelo menos um objetivo do projeto”. Definições similares existem amplamente em outros lugares, cobrindo outros tipos de risco. Porém muitas pessoas ainda encontram dificuldades para entender porque esta posição foi adotada. E sem compreender as razões, existe uma resistência natural para colocá-la em prática. Como resultado, o processo de risco não está sendo utilizado de tal forma que possa identificar e capturar oportunidades. Existem três razões principais porque o risco deve incluir oportunidades lado a lado as ameaças:
1. Conceitual. O risco pode ser visualizado como uma fonte de potencial variabilidade na performance, pois se ocorrer ele afetará a nossa habilidade de alcançar os nossos objetivos. Variabilidade é um construto de dois lados, já que a maioria das variáveis podem ambos subir e descer. Por exemplo, se há incerteza sobre a taxa de produtividade de uma equipe, ela poderia ser mais alta do que a planejada ou mais baixa. O clima pode ser melhor ou pior do que o esperado. A integração do sistema pode encontrar mais ou menos erros do que o normal. Esta natureza de duplo-lado da variabilidade é capturada em definições de risco que incluem ambas as partes superiores e inferiores das conseqüências. Mais genericamente, o risco tem sido descrito como “incerteza que importa”, ex: um possível evento futuro que seria significante se ele ocorresse. Isso inclui claramente ameaças, que se ocorrerem causariam problemas. Mas uma oportunidade é também incerta, pois ela é um possível evento futuro, e ela importa porque ajudaria se ela ocorresse. Então ambas as ameaças e oportunidades são cobertas pela mesma descrição do risco como sendo “incerteza que importa”.
2. Prática. Ameaças e oportunidades são importantes, e elas precisam ser gerenciadas. Lidando com elas juntas num processo integrado de risco traz sinergias e eficiências. A maioria das organizações tem um processo de lidar com a parte inferior do risco, e simplesmente estende este processo para incluir ricos da parte superior proporcionando benefícios adicionais para pequeno custo extra ou esforço. As oportunidades podem ser encontradas utilizando técnicas padrões de identificação de riscos, por exemplo workshops, teste de premissas, análise de SWOT ou análise de origem-causa. Elas podem ser priorizadas da mesma forma que as ameaças, avaliando a probabilidade e o impacto, ou outros atributos relevantes. Estratégias de respostas às oportunidades espelham aquelas usadas para as ameaças. Formatos de Relatórios como Registros de Riscos podem ser simplesmente adaptados para incluir ambas oportunidades e ameaças. É fácil implementar um processo combinado de risco para gerenciar ambas ameaças e oportunidades lado a lado.
3. Benéfica. Uma abordagem estruturada para identificar e capturar oportunidades é boa para negócios e projetos. Ela oferece às pessoas um framework estruturado para encontrar e implementar formas de trabalhar “mais rápido, mais inteligente e mais barato”. Isso incentiva a inovação e a criatividade, e é altamente motivador para as equipes que desejam maximizar o valor de seus serviços. Um processo de risco inclusivo mais amplo significa que as oportunidades serão tratadas proativamente, e algumas serão identificadas e capturadas que poderiam em outras ocasiões terem sido esquecidas. Isso vai agregar mais valor do que contar com a sorte, e vai maximizar as chances de acertar os alvos e alcançar os objetivos. E também demonstra uma abordagem mais profissional para os colegas, clientes e concorrentes, que reconhecerão o valor de lidar proativamente com todos os tipos de incertezas.
Incluir a oportunidade na definição do risco não é um exercício teórico ou acadêmico conduzido por um desejo inapropriado para simetria. É uma conseqüência natural de reconhecer que negócios, projetos e pessoas são afetados pelas incertezas, e que algumas podem ser muito úteis se forem gerenciadas de maneira proativa. Oportunidades são importantes e precisam ser capturadas onde possível, e o processo de risco oferece um modo estruturado de lidar com elas. Fazendo isso é possível colher benefícios práticos genuínos para o bottom line em termos de aumento de eficiência e taxas mais altas de sucesso. A razão para incluir oportunidade no “risco” é porque isso funciona!
Traduzido por Marconi Fábio Vieira, PMP
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Autor
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• Certificado PMP (Project Management Professional) desde 2003. • Certificado MVP (Most Valuable Professional) em Project da Microsoft desde Janeiro 2009. • Autor do livro “Gerenciamento de Projetos de Tecnologia da Informação”, 2ª Ed., outubro de 2006 – Editora Campus/Elsevier – Prefácios de Ricardo Viana Vargas e Danúbio Beker Borba. • Atua como consultor na equipe de planejamento de projetos de grande porte, apoiando as áreas de Engenharia Civil, Tubulação, Instrumentação, Elétrica, Mecânica e Processo, envolvendo Projeto Conceitual, Projeto Básico, FEED, Processo de Licitação e Aquisição, Construção e Montagem, Condicionamento, Pré-operação e Partida de unidades de processo na área petroquímica.
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