Como se Montar um Data Center
Um Data Center é uma modalidade de serviço de valor agregado que oferece recursos de processamento e armazenamento de dados em larga escala para que organizações de qualquer porte e mesmo profissionais liberais possam ter ao seu alcance uma estrutura de grande capacidade e flexibilidade, alta segurança, e igualmente capacitada do ponto de vista de hardware e software para processar e armazenar informações.
Atualmente podemos definir duas categorias principais de Data Centers: Data Center Privado (PDC) e o Internet Data Center (IDC).
Um PDC pertence e é operado por corporações privadas, instituições ou agências governamentais com o propósito principal de armazenar dados resultantes de operações de processamento interno e também em aplicações voltadas para a Internet. Por outro lado, um IDC normalmente pertence e é operado por um provedor de serviços de telecomunicações, pelas operadoras comerciais de telefonia ou outros tipos de prestadores de serviços de telecomunicações. O seu objetivo principal é prover diversos tipos de serviços de conexão, hospedagem de sites e de equipamentos dos usuários. Os serviços podem incluir desde comunicações de longa distância, Internet, acesso, armazenamento de conteúdo, etc.
Serviços oferecidos em um Data Center
Co-location: O cliente contrata o espaço físico dos racks e a infraestrutura de energia e de telecomunicação, porém os servidores, os sistemas, o gerenciamento, monitoramento e suporte técnico são fornecidos pelo cliente. Esta relação pode ser flexibilizada e para isto costuma-se estabelecer um contrato com os termos e as condições, definindo claramente o escopo dos serviços de cada lado. Inclui equipamentos de Telecomunicações.
Vantagens para sua empresa:
• Segurança;
• Rapidez de atendimento;
• Suporte;
• Consultoria especializada.
Serviços básicos
Está incluso no colocation um pacote de serviços básicos para o funcionamento dos equipamentos, sem custo adicional e mantendo o padrão em todo o DataCenter.
Os serviços disponibilizados são:
• Monitoramento pró-ativo com notificação;
• Servidor de DNS (Servidor de Domínio de Nomes) primário e secundário;
• Suporte técnico 24 x 7 x 365;
• Segurança predial;
• Serviço de reset (ligar/desligar equipamento);
• Monitoramento de rede;
• Infra-estrutura redundante;
• Sala de incubação (desembalagem e configuração).
Serviços complementares
Contratando o colocation o cliente recebe uma série de serviços. Mas também pode implementar sua aquisição com opcionais que vão proporcioná-lo o mais completo leque de serviços que uma empresa pode receber em colocation.
O cliente vai contar com:
• Conectividade;
• Disponibilização de acesso e banda para a conexão à internet e rede externa;
• Sala de clientes compartilhada;
• Sala de clientes exclusiva;
• Endereçamento IP.
Este serviço é dedicado às empresas que precisam de alta qualidade em infra-estrutura, conectividade entre os escritórios e/ou à internet. Além disso, existe um espaço especializado – uma estrutura física completa como se fosse seu próprio escritório, onde são disponibilizados micro, fax e terminais telefônicos. Esse serviço é vendido em m², cages (gaiolas) ou 1/2 rack e conexões (IP, internet, frame relay, ATM, etc.) a partir de 64 Kbps.
Hosting
O hosting oferece uma linha de serviços indicada para empresas que desejam otimizar investimentos em hardware e software. O serviço de hosting permite ao cliente a utilização da infra-estrutura do DataCenter e de servidores de última geração, além de contar com profissionais altamente qualificados que oferecem suporte permanente ao cliente.
O cliente tem a possibilidade de escolher equipamentos e pacotes de softwares customizados de acordo com a necessidade de seu negócio. Tudo é desenvolvido e criado sob medida para oferecer a melhor solução para cada cliente. Assim, fica garantida a aquisição de produtos que sua empresa necessita, permitindo que o cliente possa se dedicar integralmente a focar suas ações em seu core business.
A alocação de um espaço físico em um rack e a quantidade disponibilizada para os equipamentos são calculadas em função da configuração definida dos servidores e equipamentos de hosting. Tudo com a vantagem de sua empresa poder definir a largura da banda.
Vantagens para o cliente:
• Economia de investimentos em ativos fixos;
• Servidores de última geração;
• Atualização constante de software/hardware;
• Know-how em tecnologia;
• Rapidez no atendimento;
• Confiabilidade dos serviços prestados;
• Segurança;
• Instalações de alto padrão.
Serviços básicos
Utilizando o serviço de hosting o cliente otimiza os investimentos em hardware e software com exclusividade na utilização de servidores de última geração. Serviços indispensáveis para o funcionamento dos equipamentos são disponibilizados sem custo adicional e com o alto padrão do nosso DataCenter. Estão incluídos:
• Planejamento de capacidade da rede e do servidor;
• IDS (Detecção de Intrusão);
• Monitoramento pró-ativo com notificação;
• Disponibilidade de endereçamento IP;
• Emissão de relatório on-line;
• Servidor de relay de e-mail;
• Servidor de DNS (Servidor de Domínio de Nomes) primário e secundário;
• Suporte técnico 24 x 7 x 365,
• Help Desk;
• Segurança predial;
• Serviço de reset (ligar/desligar equipamento);
• Garantia de manutenção de segurança lógica do sistema operacional;
• Operação total do servidor até o nível do sistema operacional;
• Backup incremental.
• Espaço adicional em estrutura SAN (Storage Area Network);
• Tráfego Gbytes por meses adicionais;
• Espaço adicional em disco interno;
• Memória adicional;
• Raid 1/5, com possibilidade de serviço de proteção ao HD interno através de replicação de dados entre discos;
• Contas de e-mails adicionais;
• Conectividade.
Um dos aspectos que devem ser observados na contratação de um serviço de Data Center, é o tipo de acesso (co-location) que o usuário terá ao servidor do provedor de serviços. O tipo de acesso irá definir por qual método o servidor será acessado em caso de necessidade.
Se o co-location for contratado, o acesso é feito pelos funcionários do provedor, localmente. Se o co-location for remoto, o acesso será feito através de softwares de controle remoto que será escolhido pelo usuário. Neste caso o aplicativo de acesso remoto é instalado no servidor pelos funcionários do provedor de serviço. Eventualmente uma ou mais ferramentas podem necessitar de manutenção ou pode haver a necessidade de instalação de novos aplicativos. Nesses casos, o usuário deve solicitar ao provedor do serviço que providencie o que for necessário para a operação. Durante a hospedagem no servidor, o usuário assina um termo constatando a legalidade de todos os softwares instalados em seu servidor.
Pode-se observar que através do co-location (locação de um servidor exclusivo do usuário, instalado e operado na estrutura do provedor), o usuário pode se beneficiar de uma série de recursos. Um co-location proporciona alta escalabilidade, ou seja, em caso de necessidade de ampliação dos serviços ou equipamentos, a mesma pode ser feita imediatamente, com monitoramento 24 horas por dia e 7 dias por semana (24X7), backup, otimização dos custos de operação e manutenção, rede com alta disponibilidade e carga balanceada.
1. Localização
A escolha do local para implantação do IDC deve ser feita levando-se em consideração a região, compatível com o Código de Zoneamento do Município, tamanho do terreno, acesso fácil para a entrega de equipamentos, áreas altas sem inundações e existência de infra-estrutura básica de esgoto, água, telefonia e energia elétrica.
Critérios de Escolha do Local
• Estar próximo a pontos de presença de redes de acesso de fibra óptica possibilitando a ligação de dois troncos diferentes.
• Disponibilidade de energia com possibilidade de obtenção de duas entradas de energia
• Escalabilidade, permitir o aumento da área construída ao longo do tempo.
2. Arquitetura
As principais áreas componentes de um IDC são: Hall Social, e as salas de reunião para recepção de visitante.
Área administrativa:
• Operação, manutenção e armazenagem de equipamentos.
• Sala de equipamentos incluindo sala de servidores pra hospedagem e co-location e sala de telecomunicações.
• Sala de equipamentos dos segmentos energia elétrica e ar condicionado.
• Grupo Moto Gerador e tanque de combustível geralmente localizado em área externa ao IDC.
O Objetivo do planejamento do espaço é:
• Ter as instalações com 60% da área total dedicadas à sala de Equipamentos do Data Center.
• Promover o “estado da arte” nas instalações desde o sistema operacional até o nível do gerenciamento do banco de dados.
• Promover instalações que reflita a imagem de uma empresa de alta tecnologia, negócio de risco de investimentos de alta rentabilidade, de funcionalidade e controle.
Usualmente o IDC é dividido em três zonas físicas de segurança em ordem crescente de restrição de acesso:
Zona I – Áreas públicas incluindo o Hall Social, área para visitantes e áreas administrativas.
Zona II – Áreas de Operação do IDC.
Zona III – Salas de Equipamentos, coração do IDC, onde estão localizados os servidores, o “shaft” de cabos, as unidades de distribuição de energia (PDUs), baterias e máquinas de ar condicionado.
3. Construção
A Construção deve prover uma estrutura sólida segura compondo as instalações que complementam e protegem os equipamentos e informações que residem no IDC.
Energia Elétrica
O segmento elétrico é constituído pelo Sistema Ininterrupto de Energia (UPS), o Sistema de energia de Emergência e as unidades de distribuição de potência (PDU).
O sistema ininterrupto de energia (UPS) tem a função de fornecer energia para todos os equipamentos do Data Center, incluindo equipamentos de segurança e detecção e alarme de incêndio. Ele é composto por conjuntos de No-Breaks compostos por baterias, retificadores e inversores. Estes No-Breaks, redundantes, ligados em paralelo, assegurarão o suprimento contínuo de energia mesmo em caso de falha de transformadores, entrada de energia ou algum conjunto de No-Breaks.
Os bancos de baterias são dimensionados para alimentarem as cargas por um período de 15 minutos. Este tempo é suficiente para partida e conexão dos geradores a diesel em caso de falta de energia elétrica da Concessionária.
O sistema de energia de emergência consiste de um Grupo de Geradores Diesel que entrarão em funcionamento e se conectarão ao sistema elétrico do IDC automaticamente.
Os geradores são dimensionados para suportar todas as cargas necessárias ao funcionamento dos Equipamentos do Data Center durante falta de energia da Concessionária. O Objetivo é atender a operação 24 horas x 7 dias da semana, considerando as condições para manutenção preventiva, acréscimo de novos componentes e reposição operacional após interrupções não programadas.
As unidades de distribuição de potência (PDU) são responsáveis pelo condicionamento do sinal para alimentação dos vários equipamentos do IDC.
4. Ar Condicionado
O segmento de Ar Condicionado tem a função de manter um ambiente controlado de temperatura e umidade nas instalações do IDC.
O segmento de Ar Condicionado inclui o sistema de refrigeração, unidades de tratamento do ar e sistema de Distribuição de Ar condicionado. Ele deve estar ligado aos geradores de energia de emergência.
O Sistema de Refrigeração deve prover aquecimento, resfriamento, umidificação e desumidificação da edificação.
O Sistema de Tratamento de Ar deve ser separado em três tipos de área: Sala de Equipamentos do Data Center, área de Escritórios, Salas de Equipamentos de Ar condicionado e Elétricos. A separação é devida às diferenças de calor sensível e calor latente de cada área às condições de temperatura e umidade.
O Sistema de Distribuição de Ar Condicionado para a Sala de Equipamentos do Data Center utilizará o sistema de insuflamento de ar pelo pleno criado por baixo do piso elevado. Este sistema de insuflamento pelo piso elevado implica em uma altura mínima de 60 cm., que dependendo da quantidade de conduítes, tubulação, esteiramentos, etc, deverá ter sua altura ajustada de maneira a permitir a circulação do ar ao longo de toda a sala do Data Center. O Objetivo é operar 24 horas por dia nos 7 dias da semana.
Uma climatização adequada é fundamental para a manutenção do desempenho e segurança do funcionamento dos serviços de Data Center.
Um Data Center deve garantir que a temperatura interna nas áreas de produção varie em, no máximo, 1ºC. Para isso, devemos contar com:
• Estruturas de refrigeração N+1, ou seja, para cada equipamento operante, há outro de reserva (pronto para uso);
• Módulos de refrigeração e renovação de ar;
• Escalabilidade de acordo com a demanda.
5. Sistema de Proteção Contra Incêndio
O Data Center é uma instalação para aparelhos eletrônicos essenciais, como servidores e outros tipos de computadores e equipamentos de telecomunicações. Além de atende ás normas do Corpo de Bombeiros local, o sistema de proteção contra incêndio deverá procurar evitar danos nos equipamentos em caso de incêndio.
Uma das melhores soluções de combate a incêndio para as salas de Equipamentos é uma combinação do Sistema de Combate com Chuveiros Automáticos de Pré Ação (com tubulação seca) acima do piso elevado e o sistema de Combate a Incêndios por Gás FM 200 abaixo do piso elevado.
O sistema de combate com gás será conectado a um sensível sistema de detecção e será o primeiro a ser acionado. O gás é espalhado pela área, não deixando resíduos que danifiquem os equipamentos sensíveis ou que requisitem um custo de limpeza dos equipamentos.
O sistema de pré-ação quando acionado desencadeia a descarga de água somente nos sprinklers que tenham sido operados pelo calor acima do incêndio.
7. Sistema de Supervisão e Controle
O sistema de supervisão e controle monitora continuamente os vários segmentos do IDC controlando itens como:
• Controle de carga e paralelismo dos grupos geradores
• Supervisão e controle dos painéis de média tensão
• Supervisão e controle dos painéis de baixa tensão
• Integração com sistema dos geradores
• Integração com sistema de retificadores
O Sistema é formado por microcomputadores de última tecnologia capazes de resistir ao uso contínuo, adequado para sistemas de supervisão e controle. Os mesmo são redundantes entre si, permitindo alta flexibilidade e performance do sistema.Caso ocorra alguma falha em qualquer dos PCs o seu consecutivo assume automaticamente.
O IDC dispõe ainda de um sistema de circuito fechado de TV e de controle de acesso que controla a entrada ou saída nas várias salas e zonas físicas de segurança do IDC.
8. Normas
Fator importante de um Data Center, encontra-se em implantar e manter métodos de padronização de implementações de cabeamento estruturado visando possíveis expansões, certificação e garantindo segurança e o máximo proveito da rede.
Com relação às normas utilizadas, podemos destacar as normas criadas pela EIA/TIA (Electronic Industries Association / Telecommunications Industry Association) ou mesmo a ISO/IEC (International Standards Organization/International Electrotechnical Commission denominada de ISO/IEC 11801, equivalente à EIA/TIA 568A reeditada pela ISO). Dentre as normas EIA/TIA, temos como principais:
8.1 – Norma TIA/EIA TSB 67
Especificações da Performance de Transmissão para Testes em Campo do cabeamento UTP Cat5 (UTP end-to-end System Performance Testing) visando sistema de Telecomunicações (Telecommunications system Bulletin – TSB) é dirigido às especificações de testes para performance pós-instalação, as especificações incluem características dos testadores de campo, métodos de teste e um mínimo de exigências de transmissão para sistemas de cabeamento UTP. Cita fatores que afetam a performance como as características do cabo, do hardware de conexão, dos patch cords e da conexão cruzada bem como número total de conexões e a qualidade da instalação. A norma TIA/EIA TSB-67 refere-se a duas configurações de teste:
a) Configuração do teste básico de link (Basic link test configuration): O teste básico de link é usado para verificar a performance do cabo permanente instalado.
Este teste inclue os seguintes componentes:
• Até no máximo 90m de cabeamento horizontal: inclue um cabo do armário de telecomunicações (TC) a um ponto de consolidação opcional e do ponto de consolidação ao outlet (armário) de telecomunicações. De um extremo a outro de uma conexão do cabo horizontal.
• Até 2m de coord (cordão) de teste da unidade principal do testador de campo à conexão local.
• Até 2m de coord de teste da conexão remota à unidade remota do testador de campo.
Existem quatro parâmetros de teste em cada link:
• Mapeamento (Wire Map) – Consiste em confirma a continuidade dos 8 condutores end-to-end. Indicando possíveis pares em curto (shorts between pairs), pares cruzados (crossed pairs), pares reversos (reversed pairs) e pares emendados (split pairs).
• Comprimento (Length) – Método de medição do comprimento do cabo por meios elétricos.
• Atenuação (Attenuation) – Método utilizado na medição da perda de sinal no canal ou link básico.
• NEXT – Medição da quantidade de interferência do sinal que um par causa no outro. É testado em todos os pontos finais do link (pontos finais, locais e remotos).
2. Configuração do Teste do Canal (Chanel Test Configuration)
O teste de canal é usado para verificar a desempenho do canal por inteiro. O canal possue os seguintes componentes:
• Até no máximo 90m de cabo horizontal incluindo o cabo entre o TC e um ponto de consolidação (opcional) e do ponto de consolidação ao outlet (armário) de telecomunicações.
• Coord (cordão de conexão de máquina ou equipamento) da área de trabalho.
• Conexões cruzadas nos armários de telecomunicações sendo de efetuadas através de patch coord ou cabo de jampeamento.
• O comprimento total dos coords, patch cords e cabos de jumpeamento e coords da área de
• trabalho não podem exceder 10m.
8.2 – Norma TIA/EIA TSB 72
Diretrizes do Cabeamento Centralizado de Fibra Óptica (Centralized Optical Fiber Cabling). A TSB-72 foi criada para ajudar no planejamento de um sistema de cabeamento fibert-to-the-desk (FTTD) de 62.5/125mm, utilizando-se de equipamentos eletrônicos centralizados ao contrário do método tradicional de distribuição dos equipamentos a pisos individuais podendo-se estender a conexões da área de trabalho à conexão cruzada principal pela utilização de cabos pull-through (ligação direta), uma interconexão ou uma emenda no armário de telecomunicações.
Usar uma interconexão entre o cabeamento horizontal e o backbone permite a melhor flexibilidade, facilita o gerenciamento e pode facilmente migrar para uma conexãocruzada.
Porém deve-se ter o comprimento máximo do cabeamento horizontal em 90m. A distância do cabeamento horizontal e backbone combinada com os coords da área de trabalho, patch coords e coords de equipamento não pode exceder 300m.
O sistema de cabeamento centralizado deve localizar-se no interior do mesmo edifício das áreas de trabalho a serem servidas. Todo deslocamento e mudança de atividade devem ser executados na conexão cruzada principal. Links horizontais deveriam ser adicionados e removidos no armário de telecomunicações. Para isso deve haver um projeto do sistema de cabeamento centralizado permitindo a migração para o modo pull-through, interconexão ou emenda para uma implementação de conexão cruzada. Como método para facilitar esta migração, deve haver no escopo do projeto espaço suficiente no armário de telecomunicações permitindo futuros crescimentos e colocação de patch panels adicionais, bem como adequadas folgas (slack) nos cabos permitindo possíveis deslocamentos de cabos até a o local da conexão cruzada. Tal folga pode ser armazenada por cabos ou fibras sem conectores. No preenchimento da folga tem que se prevenir que o raio máximo para curvas nos cabos não sejam violados evitando assim possíveis danificações em fibras ópticas e outros. As folgas em cabos podem ser armazenadas em interiores ou nas paredes do armário de telecomunicações, porém devem ser usadas caixas para proteger folgas de fibras ópticas, devido suas limitações e especificações.
Com relação ao backbone, providenciar que sejam permitidos futuros links horizontais, isto minimiza a necessidade de colocação de cabos de backbone adicionais. A fibra do backbone deve ser capaz de suportar atuais e futuras tecnologias de rede, sendo exigidas duas fibras para cada conexão da área de trabalho.
A norma tem como exigência a utilização das seguintes normas ANSI/TIA/EIA-606 para etiquetagem do sistema de cabeamento centralizado, ANSI/TIA/EIA-568-A para assegurar a polaridade correta da fibra e especificações de conectores e métodos de conectorização implementando-se a orientação A-B na área de trabalho e a orientação B-A na conexão cruzada central.
8.3 – Norma TIA/EIA TSB 75
Práticas Adicionais do Cabeamento Horizontal por Zonas (Additional Horizontal Cabling Practices for Open Offices) metodologia para atender ambientes de escritórios modulares aumentando a flexibilidade e diminuindo custos. Está descriminada da seguinte forma:
1. Referência o Cabeamento Horizontal para Escritórios Abertos (Horizontal Cabling for Open Offices). Um ponto de terminação horizontal (armário de telecomunicações multi-uso) e ou um ponto de interconexão horizontal intermediário (ponto de consolidação) criando assim maior flexibilidade em layouts de escritório aberto com mobília modular, onde se tem mudanças freqüentes. O armário de telecomunicações multi-uso (MUTO) e o ponto de consolidação devem estar em local complemente acessível, localização permanente.
2. Armário de Telecomunicações Multi-Uso (MUTO – Multi-User Telecommunications Outlet Assembly) O Armário de telecomunicações multi-uso (MUTO) tem por função ser um ponto de terminação para o cabeamento horizontal, consiste em vários armários de telecomunicações no mesmo local. O coord modular se estende do MUTO ao equipamento terminal sem conexões intermediárias adicionais. Esta configuração permite a mudança da planta do escritório sem afetar o cabeamento horizontal, seguindo-se dos seguintes critérios:
• Não pode ser instalado no teto.
• O comprimento máximo dos coords modulares deve ser de 20m.
• O coord modular conectando o MUTO ao equipamento terminal deve ser etiquetado em ambas as pontas com um identificador único.
Deve ser identificado com o patch coord de maior comprimento da área de trabalho (cordão modular). O comprimento deste coord é calculado pelas fórmulas:
C = (102 – H) / 1,2
W = C – 7 (O comprimento dos cabos, nas áreas de trabalho não podem exceder 20 m)
Onde:
C = é o comprimento máximo combinado do cabo que conecta o equipamento do usuário à tomada de telecomunicação, mais o cabo que conecta o equipamento no armário de telecomunicação e o cabo que interliga os patch panels;
W = é o comprimento do cabo da área de trabalho;
H = é o comprimento do cabo horizontal.
Já, utilizando cabos de fibra óptica, pode-se utilizar qualquer metragem entre os cabos horizontais, da área de trabalho e do armário de telecomunicação, desde que o comprimento total não exceda 100m. Quando o cabeamento óptico for centralizado, deve-se seguir a orientação da norma TIA/EIA TSB 72.
3. Ponto de consolidação (Consolidation Point): È o ponto de interconexão no interior do cabeamento horizontal, na realidade executa uma ligação direta (straight-through) intermediária entre o cabeamento horizontal partindo da conexão cruzada e o cabeamento horizontal que vai para um MUTO ou para o armário de telecomunicações na área de trabalho. Não se deve haver conexões cruzadas entre os cabos e deve-se seguir as seguintes diretrizes:
• Assegurar que a distância total do canal de maneira alguma ultrapasse a distância de 100 metros.
• Assegurar a fixação dos cabos sem violar as especificações e características de cada material respeitando as exigências de mínimo raio de curvatura.
• Garantir que o ponto de consolidação esteja a pelo menos 15m de distância do armário de telecomunicações, evitando o NEXT adicional devido à ressonância do link de múltiplas conexões nas proximidades do armário.
• Garantir não mais que um ponto de consolidação e um MUTO no interior da mesma rota horizontal.
8.4 – Norma ANSI/TIA/EIA-568-A
Norma que caracteriza o mínimo de especificações de cabeamento estruturado, classificando os componentes da estrutura de instalação da seguinte forma:
1. Facilidade de entrada (Entrance facility): Diz respeito á facilidade de entrada de cabos, hardware de conexão, dispositivos de proteção e outros equipamentos exigidos para o edifício. Os equipamentos no interior da sala podem ser utilizados para conexões de redes públicas ou privadas.
2. Conexão cruzada principal (Main cross-connect): A sala de equipamentos de telecomunicações pode ter a mesma localização da conexão cruzada principal. As técnicas de cabeamento que se aplicam aos armários de telecomunicações (TC) também se aplicam às salas de equipamentos.
3. Distribuição do backbone (Backbone distribution): Interconexão entre armários de telecomunicações, salas de equipamentos, podendo ser envolvidos os cabos, conexões cruzadas (intermediárias e principais) terminações, patch coords ou jumpers para conexões:
• Tem-se diretrizes de vida útil de pelo menos 10 anos, prever a quantidade máxima de cabos suportada;
• Assumir o sistema de distribuição da topologia estrela, podendo ser conectada a uma conexão cruzada principal, intermediária ou outra conexão principal, porém deve-se ter cuidado para não haver mais que dois níveis hierárquico de conexão cruzada principal.
• O recomendado é a utilização de um dos seguintes recursos de conexões dentre elas, Cabo UTP de 100MHz, Cabo STP-A DE 150MHz, Cabo de fibra óptica 62.5/125 m, Cabo de fibra óptica monomodo ou Cabo coaxial de 50W (reconhecida, mas não recomendada para novas instalações).
• Para efetuar a escolha do cabeamento a ser utilizado têm-se critérios de seleção da mídia dependendo de suas características, tais como flexibilidade (considerando-se os serviços suportados), vida útil e tamanho do local e quantidade a ser utilizada.
• A recomendação de distância máxima do backbone também é um fator muito importante para a escolha do cabeamento.
4. Conexão cruzada horizontal (Horizontal cross-connect): É a nome que se refere á armários de telecomunicações (Telecommunications closet functions) que tem por função a conexão em hardware de todos os cabeamentos horizontais, conexões cruzadas intermediárias ou mesmo o cabo de conexão do backbone.
As conexões cruzadas e interconexões (Cross-connections and interconnections) pode ser dizer de conexões entre cabeamento horizontal e backbone ou equipamento conectando circuitos integrados (hardware).
5. Distribuição horizontal (Horizontal distribution): É parte do sistema de cabeamento que interliga o cabeamento da área de trabalho com a conexão cruzada horizontal no armário de telecomunicações, no cabeamento horizontal podemos encontrar saídas de telecomunicações na área de trabalho, terminações e patch coords e jumpers no armário de telecomunicações. A distribuição horizontal também possue alguns fatores importantes como:
• Diretrizes gerais de projeto (General design guidelines): Tem se como meta, satisfazer as especificações atuais, facilitando assim as manutenções e recolocações considerando também a possibilidade de futuras instalações de equipamentos e mudança de serviço uma vez que o cabeamento horizontal é o menos acessível que os outros e está sujeito a maior parte das atividades de uma implementação.
• Topologia (Topology): O sistema de distribuição horizontal deve ter como padrão a topologia estrela onde os pontos dos cabeamentos da área de trabalho devem ser conectados em uma conexão cruzada horizontal no armário de telecomunicações localizado no mesmo piso da área de trabalho, não sendo permitido o uso de emendas e derivações.
• Distâncias (Distances): O sistema deve atender a distância média de 90m correspondente ao comprimento total do cabo (da saída da área de trabalho até a conexão cruzada no armário de telecomunicações) onde é permitido no máximo 10m de comprimento para cada path coord de área de trabalho, de jumpeamento e de equipamentos, porém não se deve exceder 3m de comprimento máximo para path coords e jumpers usados para conexão com equipamentos de cabeamento horizontal ou do backbone.
• Mídia reconhecida de distribuição horizontal (Recognized horizontal distribution Media): Pode-se ser utilizado o cabo UTP de 4 pares 100MHz, cabo STP-A de 2 pares 150MHz ou cabo de fibra óptica 62,5/125 m (duas fibras) como tipos de cabeamento para distribuição horizontal segundo a recomendação das normas, porém existe algumas observações:
– O cabo coaxial apesar de reconhecida não é recomendada para novas instalações.
– Cabos híbridos (múltiplos tipos de mídia envoltos no mesmo cabo) podem ser usados se cada tipo de mídia reconhecida concordar com as exigências de transmissão e especificações de cores para este cabo além de ser necessário efetuar a distinção de cabos UTP multipares.
• Critério de seleção de mídia (Media selection criteria): Para área de trabalho terão que ser equipadas com pelo menos dois armários de telecomunicações podendo-se ser associada com voz e a outra com dados, para o primeiro visa ser necessário cabo UTP 4 pares 100W, categoria 3 ou maior, e para o segundo o cabo UTP 4 pares 100MHz, categoria 5, cabo STP-A 2 pares 150MHz ou cabo óptico 2 fibras, 62,5/125 m•.
6. Área de trabalho (Work area): São definidos como componentes do panorama de trabalho, compreendidos entre cabines ou armários de telecomunicações utilizando cabos UTP 4 pares com no máximo 3m de comprimento de coords. A área de trabalho é apenas uma referência para a norma uma vez que é completamente variável e geralmente nunca são permanentes e em constante mudança.
8.5 – Norma ANSI/TIA/EIA-569-A
É uma das principais normas de cabeamento de rede tendo como foco as especificações de infra-estrutura de cabeamento estruturado, provendo especificações de projetos e direção para todas as instalações prediais. Identificando seis componentes de infraestrutura: facilidade de entrada, salas de equipamentos, rotas para backbone, disposição dos armários de telecomunicações, rotas horizontais e áreas de trabalho.
1. Facilidade de Entrada (Entrance Facility): Define-se pela facilidade de entrada em prédio ou backbone dos serviços de telecomunicações, podendo conter dispositivos com interface de redes públicas. Obrigatoriamente o local ser seco e perto das rotas do backbone vertical.
2. Sala de Equipamentos (Equipment Room): Sala cujo espaço destina-se para localização centralizada dos equipamentos comuns aos funcionários, sua localização e projeto têm que ser considerado à possibilidade de um aumento no número de equipamentos e em sua acessibilidade, necessitando assim de no mínimo requerido 14m².
3. Considerações Gerais de Projeto (General Design Considerations): Sala de equipamentos tende a ser um espaço centralizado para alojamento dos equipamentos de telecomunicações (PABX’s, servidores, roteadores, dentre outros) de um edifício, localizando-se próximo à rota do backbone. Seu tamanho tem como limite mínimo de 14m², porém para atender as características de específicos equipamentos, há a necessidade de efetuar de efetuar um projeto permitindo uma ocupação não uniforme do edifício, provendo de 0,07m de espaço da sala de equipamentos para cada 10m de espaço utilizável do piso. Em caso da sala de equipamentos estiver sendo projetada em andar, verificar que a capacidade do piso agüentará o peso dos equipamentos a serem instalados, bem como verificação de interferências, vibrações, altura, HVAC (equipamento dedicado à sala de equipamentos), iluminação, energia e prevenção de incêndios.
4. Rotas Inter-Edifícios (Inter-Building Pathways): Em um ambiente de campus, rotas inter-edifícios são necessárias dentre as quais efetua a conexão de edifícios separados. As listas ANSI/TIA/EIA-569-A de padrão de subsolo, aterramento, aéreo e túnel são os principais tipos de rotas usadas.
5. Rotas Inter-Edifício de Backbone Subterrâneo (Underground Inter-Building Backbone Pathways): Uma rota subterrânea é considerada um componente da facilidade de entrada. Para planejamento de rota deve-se considerar as limitações vigentes na topologia, ventilação a fim de evitar acumulação de gases, tráfico de veículos para determinar a espessura da camada que cobre a rota e se a mesma deve ou não ser de concreto, se subterrâneas constituídas por conduítes, dutos e cochos, incluindo poços de inspeção.
Sistema de Distribuição Via Cabo para os Servidores
Os cabos de alimentação dos servidores serão instalados sob o piso elevado e dispostos em leitos ou canaletas.
Fibras e cabos coaxiais de dados que interligarão a sala de roteadores e Switches à sala de servidores terão instalação redundante, com um circuito caminhando sob o piso elevado e outro próximo aos bastidores dos servidores. Os painéis de distribuição dos cabos de dados estarão distribuídos ao longo de toda a sala dos servidores.
O projeto do cabeamento é feito de acordo com padrões de cabeamento estruturado. 1.10 Sistema de Distribuição Via Cabo para WAN.
Fibra Óptica
A composição da fibra óptica oferece condições à propagação de energia luminosa através do seu núcleo, ela propaga luz por reflexões sucessivas.
As fibras ópticas possuem algumas vantagens em relação a alguns dos meios físicos tradicionais, como o cabo coaxial e o par trançado. Por exemplo:
• Baixas perdas de transmissão: diminui o número de repetidores.
• Alta capacidade de transmissão: aumenta a quantidade de informação transportada.
• Imunidade a interferências e isolação elétrica: os dados não são corrompidos durante a transmissão.
• Segurança do sinal: a fibra não irradia de forma significativa a luz propagada, dando um alto grau de segurança a informação transportada.
A fibra óptica moderna apresenta largura de faixa muito grande (multigigahertz x quilômetros) com baixa atenuação e pequena dispersão dos pulsos emitidos. Por estas propriedades os sistemas à fibra são os que apresentam o menor custo por quilômetro por canal instalado.
O uso da fibra óptica também possue algumas desvantagens como:
• Fragilidade das fibras ópticas sem encapsulamento
• Dificuldade de conexões das fibras ópticas
• Acopladores tipo T com perdas muito grandes
• Falta de padronização dos componentes ópticos
A capacidade de transmissão (banda passante) de uma fibra óptica é função do seu comprimento, da sua geometria e do seu perfil de índices de refração (n). Existem duas classes principais de fibras: monomodo e multimodo A fibra multimodo possui vários modos de propagação e de acordo com o perfil da variação de índices de refração da casca com relação ao núcleo, classificam-se em: índice degrau e índice gradual, a diferença entre eles pode ser visto na figura a seguir. O seu diâmetro é bastante elevado, entre 50 e 80 mícrons, fazendo com que o feixe luminoso sofra reflexões, limitando o alcance do sinal a cerca de 2 Km. Devido a isso as fibras ópticas multimodo são utilizadas em redes locais ou de campus.
Já a fibra monomodo possui dimensões muito pequenas, e uma capacidade de transmissão superior às fibras multimodo, o seu diâmetro de 10 mícrons, permite uma propagação da onda sem reflexão. A distância é claramente mais elevada e a largura de banda disponibilizada torna-se quase ilimitada. As fibras monomodo são utilizadas, sobretudo nas redes de longa distância, isto é, nas redes metropolitanas do tipo GigabitEthernet, ou em backbones de tipo SDH ou DWDM.
Existem algumas características de transmissão em fibras ópticas que influenciam fortemente no desempenho das fibras com o meio de transmissão, como o DWDM. Na escolha do tipo de fibra óptica, para operação em sistemas WDM, devem ser analisados fatores como: atenuação, dispersão e efeitos não lineares, pois eles são fundamentais para um bom desempenho do sistema.
Cada tipo de fibra apresenta algum comportamento para operação em WDM que irá resultar em restrições para este tipo de operação. Estas restrições terão impacto direto na performance do sistema, limitando sua capacidade de transmissão ou diminuindo o alcance dos enlaces.
Como o leitor percebeu, não é fácil montar um Data Center e nem tão pouco barato. Caso seja o sonho de sua vida, vá em frente!!!
Autor
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PhD em Administração de Empresas pela Flórida Christian University (EUA) PhD em Psicologia Clínica pela Flórida Christian University (EUA) Psicanalista e Diretora de Assessoria Geral da Sociedade de Psicanálise Transcendental. Mestre em Administração de Empresas pela USP. Especialista em Estratégias de Marketing em Turismo e Hotelaria pela USP, MBA em Gestão de Pessoas, MBA em Metodologia e Didática do Ensino Superior e Especialista em Informática Gerencial.
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